Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Fim de Ano

         Tenho a impressão que todo início de ano se parece muito com uma segunda-feira.
         É como se fosse uma grande segunda-feira: é recomeço, é marco zero para uma série de propostas e iniciativas que deverão, ao longo da semana, do ano, ser desempenhadas.
         É promessa de regime, de economia, de saldar as dívidas, de fazer exercícios físicos, de cuidar mais de si, de fazer um chek-up, de estudar mais, de aprender uma língua, de viajar, de organizar a garagem, a despensa ou o "quarto da bagunça", e por aí vai. Sempre tem algo que se está precisando fazer e que vai sendo adiado, postergado para "quando der". "No início do ano que vem eu faço...". E o ano que vem chega, como tantos outros, vira ano passado, como tantos outros, e nada! Constante, apenas, as promessas.
         Outra semelhança entre a segunda-feira e o início do ano é a velocidade com que as coisas começam a acontecer: meio devagar, como se estivéssemos estudando os passos a serem dados ou como se estivéssemos nos recuperando dos excessos cometidos no final de semana, do ano. A coisa engrena mesmo lá por terça-feira, à tarde; ou lá por março, afinal é comum ouvirmos que o Brasil começa a andar somente depois do carnaval. É que somos uma país tropical, abençoado por Deus, e, nesta qualidade, janeiro e fevereiro, sob o domínio do rei verão e da rainha férias de verão, é de uma malemolência...
         Nesse sentido, os últimos dias do ano muito se assemelham aos finais de semana. Nesses, temos festas, comemorações ou simplesmente jantares e almoços mais abundantes, em qualidade e quantidade. Inclusive nas bebidas. São raros os finais de semana em que não se saboreia um lauto churras(co) ou um prato mais elaborado; nem que não se toma umas biritas a mais. Naqueles, são festas de despedidas, formaturas, jantares com amigos, encerramentos de anos e as próprias festas de Natal e Ano Novo em que nos entregamos a uma rotina de comemorações e, tal qual glutões, cometemos, sem peso na consiência, ou nem tanto assim, o pecado da gula. Sem falar nos excessos de Baco ou Dionísio, como queiram, deus romano ou grego, como queiram, do vinho, da ebriedade e dos excessos. Devia ser, também, o deus da ressaca, afinal, naqueles tempos não havia engov, epocler, sal-de-fruta, sonrisol ou uma coca-cola bem gelada para a manhã seguinte...
         Outra grande semelhança entre o ano e a semana fica para o domingo, o primeiro dia da semana,  e o dia primeiro do ano, em especial no que diz respeito ao comedimento alimentar, até por que o excesso etílico (o grande excesso, aquele em que se acorda com um gosto de poncho guardado molhado na boca e um bafo de bacalhau velho) é um grande inibidor da fome, eh, eh, eh.
         Qual é o principal prato servido na refeição de domingo à noite? O mesmo servido no dia primeiro do ano: surobô. Surobô do meio dia, surobô de ontem; surobô do almoço e surobô da janta. Nada se perde; tudo se aproveita.
         Então, chega-se ao fim de ano como se chega ao fim de semana: rotina alterada, agitada, cheia de expectativas e eventos. E assim como se faz uma avaliação de nossa semana, do que fazemos e do que deixamos de fazer, traçando nossas metas para a semana seguinte, também o fazemos para o ano. Destacamos nossos acertos, nossos ganhos e vitórias. Repensamos nossos erros, nossas perdas e nossas derrotas. Traçamos metas, corrigimos rumos.
         E a vida segue seu curso. Dia após dia; ano após ano. Mesmo que em nosso ritmo de vida tenhamos a impressão de que os dias e os anos estão andando aos pulos. E quando isso acontece, vemos o tempo, o nosso tempo, escoando por entre nossos dedos, fugindo ao nosso domínio. Impossível de ser preso; impossível de ser segurado. Cada vez mais curto; cada vez mais rápido. Parece que não somos donos do nosso tempo.
         É por isso que desejo a todos meus amigos que tenham um ano, e uma vida, de muita paz, alegria e fraternidade, pois estas são as chaves da felicidade e a vida é muito curta para perdermos tempo com ódio, rancor e egoísmo.
         Ao fim e ao cabo é isso que todo ser humano quer: ser feliz. E o caminho para isso passa, necessariamente, pela virtude, pelos bons hábitos, pela ética, pela honestidade, pelo respeito a si próprio, aos outros e ao nosso meio, ao nosso mundo. Os que agem em sentido inverso, bem, estes são os únicos a quem podemos chamar de coitados...
         Feliz ano novo.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Uma bela história de Natal que circula pela rede

         Fazendo compras em um supermercado, um homem observava que cada vez que passava por uma velha senhora com seu carrinho de compras, esta lhe sorria, de forma muito meiga, amigável e carinhosa. Por diversas vezes se cruzaram e reiteradamente ela sorria e acenava com a cabeça.
         Num desse encontros a senhora pediu licença, se desculpou pela abordagem e disse:
"_ desculpe-me moço, mas não posso deixar de observar como o senhor é parecido com um filho meu, morto em acidadente de trânsito há alguns anos. A semelhança é muito grande e, confesso, cada vez que passo pelo senhor meu coração parece que vai disparar do corpo, tenho vontade de lhe dar um grande abraço. Posso?".
         O homem, um tanto constrangido, deu um sorriso, lamentou a morte do filho da velha senhora e deu-lhe um abraço. Perguntou se ela estava bem ou se precisava de alguma ajuda.
         "_ Estou bem, meio cansada da vida e do que ela nos apronta, mas estou bem. Não me recuperei totalmente da perda de meu filho, mas, é a vida..."
         E continuou
         "Não me leve a mal, meu rapaz, mas tu se importaria que, aqui no mercado, quando nos encontrarmos, eu te chame de 'meu filho'? É só para matar a saudade e aquecer um pouco este pobre coração, numa época de Natal que nos traz tantas lembranças... E se quiseres e não te importares, me chama também de mamãe..."
         Ainda meio constrangido, o homem, com um sorriso amarelo, concorda, afinal é época de Natal e qualquer caridade sempre é benvinda.
         E assim foi. No corredor da padaria: "_ olá meu filho..."; "_olá mamãe..." E a velhinha sorria desmedidamente.
         No açougue: "_ tudo bem meu filho?"; "_tudo, mamãe, e a senhora está bem?"
         Nas gôndolas de alimentos:"_ bom te ver, meu filho..."; "gostei de ver-lhe, mamãe...".
         E assim foi durante um bom tempo naquela manhã.
         Quando o homem chegou no caixa, observou que a velha senhora estava saindo e, sorridente e amável como sempre, acenou-lhe ao mesmo tempo em que se despedia "_ tchau, tchau, meu filho; muito obrigado por tudo, não sabes como me ajudou". A resposta foi de pronto: "_ tchau, tchau, mamãe, não há de quê; foi um grande prazer".
         Então o homem, sorrindo da inesperada situação, passou suas compras: um sabonete, uma escova de dentes, dois cacetinhos e quinhentos gramas de guizado. Total: quatrocentos e dez reais.
         "_Quanto?" Gritou o homem? Quatrocentos e dez reais, disse a atendente: "_doze reais de suas compras e trezentos e noventa e oito das compras de sua mãe, afinal, ela disse que o senhor iria pagar as compras dela e ainda lhe agradeceu, lembra?"
         Vai explicar para o gerente do mercado... De onde menos se espera que as coisas venham...
         Realmente, o Natal tem que ser uma época de solidariedade.
         Feliz Natal e um fim de ano de muita paz, festas, alegrias & comemorações.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Orgulho e Tradição

         Com muita alegria e orgulho recebi a notícia de que uma sobrinha passou no teste de seleção do Colégio Tiradentes da Brigada Militar de Porto Alegre, afinal, por mais de dez anos trabalhei nesta escola e sei de suas qualidades, sendo uma escola tradicional de excelência no aproveitamento escolar de seus alunos além, é claro, de grande instrumento de formação de um ótimo caráter de seus jovens, especialmente no que diz respeito a princípios como disciplina, hierarquia, respeito, ética e honra.
"O Colégio Tiradentes nos cativa
E insentiva
Para a conquista
De um ideal..."

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Greve dos Professores I

                Há mais de vinte e nove anos sou professor público estadual. Nesse período, comum a praticamente todos os anos, foi a discussão e a mobilização da categoria professoral em torno do descaso como a classe era, e é, tradada pelos diferentes governos. Com raras excessões, o magistério sempre foi usado como cavalo de batalha pelos candidatos ao governo do estado. E estes, uma vez eleitos, sempre fizeram questão de deixar bem claro que a situação do magistério público estadual não era a prioridade destacada na época de campanha.
                 Atualmente não é diferente.
                Somente para exemplificar: quando o governo estadual anterior ajuizou uma ADIN - Ação Direta de Insconstitucionalidade no STF - Supremo Tribunal Federal contra a lei que estabelecia a piso nacional dos professores, a oposição, em especial o partido político do atual governador, fez uma verdadeira campanha de combate político contra a governadora, lembram?
                Agora o atual governador está lançando mão de uma série de subterfúgios que visam dificultar o efetivo pagamento do piso salarial nacional que tanto defendiam (que fosse pago) no governo anterior. Alegam não ter dinheiro (todos os outros governadores alegavam isso - será que na época da campanha eleitoral tinha?); alegam precisar mudar o Plano de Carreira do Magistério (lembram como o partido político do governador reagia quando a ex-governadora lançava mão do mesmo expediente?); alegam precisar de prazo, etc. Há mais de vinte e nove anos que essa situação se repete, governo após governo.
                Ora! Já ouvi alguns pais dizendo que seus filhos, terceiranistas e possíveis prejudicados em caso de greve dos professores estaduais, não têm culpa dos baixos salários dos professores (alguns pais até acham que ganhamos bem de mais para o que fazemos). Concordo que os alunos não têm culpa. E a questão que se apresenta nem é a de procurar culpados para esta situação de descaso com que os professores são tratados há muitos e muitos anos.
                Os governos têm culpa? Com certeza. Mas não só. Os professores também têm enorme parcela de culpa: desunidos em certos momentos, intransigentes ou imediatistas em outros, desorganizados em outros. Mas não só. Os alunos têm culpa? Estes não, mas seus pais, assim como os diferentes governos e os próprios professores, têm ao menos boa pacela de culpa. E justifico.
                Têm parcela de culpa, pois nunca cobraram do(s) governo(s) do estado a adoção de uma política séria para recuperar as absurdas perdas salariais dos professores. Ou algum pai realmente se preocupa ou se preocupou com isso? Têm parcela de culpa, pois nunca procuraram os professores para os apoiar em suas lutas reivindicatórias. Ou algum pai fez isso em campanhas salariais anteriores? Têm parcela de culpa, pois muitos são omissos e ausentes da escola, tendo sempre outros compromissos "mais importantes" do que ir numa reunião convocada pela equipe diretiva ou por um professor.
                Estou escrevendo alguma inverdade?
               Têm parcela de culpa por que continuam votando em políticos incompetentes, corruptos e safados que só colaboram para aumentar o escoador da riqueza nacional, dilapidando os cofres públicos. Isso em todas as esferas de poder político e em todos os níveis da federação.
                Então, amigo leitor, independentemente da deflagração ou não da greve dos professores, da adesão de mais ou menos professores e escolas, quando ouvires os apelos e os argumentos do governo, pense muito bem a este respeito, pois tais argumentos e apelos são os mesmos há muito tempo. Assim com as lutas dos professores públicos estaduais. Na minha vida profissional, há mais de vinte e nove anos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A pergunta que não quer calar...

         Gostaria de saber qual o inteligente que autorizou o recapeamento asfáltico da ponte do Guaíba no início de um feriadão. Em qualquer outro fim de semana seria menos tortuoso. Ou não?

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

É tudo uma questão de valores...

           Um dos maiores traficantes do Rio de Janeiro foi preso tentando fugir da Rocinha. Estava no porta-malas de um veículo, escondido, tentando sair “à surdina”. Ao ser capturado ofereceu um milhão de reais para que os policiais o deixassem fugir. Um milhão! O suborno não foi aceito (por que não quiseram ou por que não puderam aceitar, vai saber) e o meliante conduzido à prisão.
Podemos imaginar a pressão que sofreram esses policiais ao resistirem à tentativa de suborno sabendo que o que se lhes era oferecido era muito mais do que todo o dinheiro que receberiam, a título de salários, em todas suas vidas? Não deve ter sido uma decisão das mais fáceis. E essa decisão não deve ter se dissipado de suas mentes com tanta facilidade. Um milhãozinho por uma liberdade. Tem que ter força no músculo para resistir.

           Aí, diante de fatos como esse, a gente se pergunta como pode, às vezes, pessoas se venderem por tão menos? Até que ponto a honestidade, a honra e a ética, se tornam mercadorias de tão pouco valor?

terça-feira, 25 de outubro de 2011

E se foi o Dez

         E outubro se foi. Com Dia da Criança e do Professor (além de outros profissionais, claro), com a Padroeira do Brasil e tudo o mais que tinha direito!
         Mataram o Kadaffi, o que já era esperado, pois a caçada era intensa. Não teve direito a misericórdia. Merecia?
         Acabei de ler, entre outros, a biografia de Tim Maia, por Nelson Motta. Poderíamos ter tido a melhor e maior voz do Brasil, em todos os tempos. Um ícone. Não fossem as muuuuitas drogas e a falta de responsabilidade. Muuuuita falta de responsabilidade. Somos o resultado de nossas escolhas (parece propaganda institucional...).
         O Rio Grande não vai sediar a Copa das Confederações. Isso já era esperado. E pode ser apenas o começo do fiasco. Reitero minha contrariedade com a realização de uma Copa do Mundo em nosso país. 
         E o Brasil no PAN? Continuamos em segundo lugar no quadro de medalhas. O fato de os Estados Unidos estarem com suas segundas e terceiras equipes olímpicas não interfere no resultado final: são os primeiros colocados, com mais de o dobro da medalhas que possuímos. Abaixo de nós, Canadá, Cuba, México... Não sei se estamos com essa bola toda.
         Acertei na mosca ou "quem foi rei nunca perde a majestade": meus alunos terceiranistas ficaram surpresos com a quantidade de questões de história do ENEM cujos conteúdos foram trabalhados em sala de aula. Feeling! E, sem falsa modéstia, competência.
         Enquanto isso, em minha cidade, Vale Verde, os vereadores subservientes ao Executivo aprovaram uma nova Lei  Orgânica que dá maior liberdade a esse poder para autorizar (comercializar) a extração de areia de nosso balneário (um dos poucos pontos turísticos que possuímos). Contaram com um voto favorável da oposição e duas convenientes e covardes abstenções. Apenas um voto contra.
         E se foi o mês dez.
         Que venha o finde(ano). O comércio já está virado em Papai Noel...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Copa do Mundono Brasil...

         Eu, que já era contra a realização de uma Copa do Mundo aqui no Brasil por acreditar que não temos estrutura financeira e social para investir tanto capital numa atividade que privilegia apenas um esporte e cujos interesses financeiros estão acima de qualquer paíxão clubística, agora, depois de saber das enormes concessões fiscais concedidas à FIFA, reitero que me parece descabida a realização deste evento. É muito privilégio a esta instituição que, destaco, merece, mais do que nunca, uma ampla e irrestrita aviriguação quando a seu funcionamento, sua arrecadação, sua relação com os resultados das competições que lhes são submetidas.
         O amigo leitor não concorda?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Oktoberfest

         Começou ontem e vai até dia 16 próximo a Oktoberfest de Santa Cruz do Sul.

         Deixo o convite: muita diversão, ótima culinária e, claro, um bom chopp.

         Neste domingo, na avenida central, a partir da 10 h, tem o desfile oficial de abertura (na foto, o desfile em 2010).

         Apareça!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

FICHA LIMPA

         Hoje faz um ano que foi instituída a Lei Complementar 135/10, conhecida como Lei da Ficha Limpa, que, entre outras coisas, ampliou os casos de inelegibilidade em nosso país.
         Em muitos lugares serão realizadas atividades de comemoração, e não pode ser diferente, pois, em matéria de moralidade política, toda e qualquer medida é muito bem vinda.
         No entanto, esta Lei encontra-se, nesse momento, em uma situação muito delicada, na medida em que o STF - Supremo Tribunal Federal está para julgar a constitucionalidade (ou não) desse instituto e sua aplicabilidade no próximo pleito (2012).
         Por ser um órgão político é muito oportuno que o cidadão fiscalize o processo de votação dessa lei em nosso "Pretório Excelso". Nesse sentido há a necessidade de que se instigue a Presidência da República para que indique, ao STF, um ministro simpático à Lei da Ficha Limpa, pois ele poderá decidir o futuro dessa legislação.
         Convido todos meus leitores a participar dessa campanha no seguinte link:
         Nosso país, nosso estado e nossos municípios agradecem. E merecem. E precisam!!!



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Gaúchos e Farrapos

            Feita (e perdida) a revolução (que nunca foi) a gauchada retorna à vida normal e a seus afazeres normais, para, digamos, esperar a próxima oportunidade de tirar os petrechos do armário, pegar em armas simbólicas (faca de gaúcho não é arma, mas quite de sobrevivência) e sair se vangloriando de sua história e de sua cultura.

Até a algum tempo, uns vinte ou trinta anos, as comemorações farroupilhas eram restritas ao âmbito dos CTGs. Lembro que as festividades reduziam-se a um desfile da gauchada pelas ruas das cidades, um fandango em uma noite e, no máximo, um fim de semana de churrascadas. “Lá vêm os gaúchos”, dizia-se com freqüência àquela época. Nós não éramos gaúchos, os cavalarianos eram!

            A comemoração maior era referente ao Sete de Setembro cujas atividades envolviam toda a chamada Semana da Pátria: cartazes, bandas marciais, fitinhas verde-amarelas, marcha de estudantes e professores na avenida (direito-esquerdo-direito-esquerdo), desfile do Exército, etc. Ainda hoje meu subconsciente faz uma associação entre o cheiro da flor de laranjeira (na casa de minha avó, onde eu morava, havia um laranjal) e os toques das bandas marciais às quais, durante meu período escolar, sempre participava, desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio. Claro que também justificava o fato da prioridade de uma comemoração sobre outra a realidade de que vivíamos numa ditadura ufanista onde o importante era amar e louvar o Brasil acima de todas as coisas, inclusive do próprio estado.

Com o passar dos anos, as coisas foram se modificando. A ditadura sucumbiu (felizmente) ao tempo.

A partir do inexorável processo de abertura política no final dos anos oitenta e principalmente início dos noventa, foi se tornando pública a face nem sempre correta, honesta e ética da ditadura. Com isso, aproveitando-se das fissuras históricas e culturais que começaram a aparecer, o movimento tradicionalista, através do Vinte de Setembro, começou a se apresentar como uma alternativa de comemoração independentemente das comemorações do Dia da Independência. Tal alternativa avolumou-se com o passar dos anos e hoje, em muitos municípios do Rio Grande, o Vinte sublimou o Sete. O tradicionalismo enrijeceu a cultura gaúcha e esta se tornou um monolito de adoração sobre a qual não se admitia questionamento ou oposição.

É sabido que muito do que se diz “farroupilha” ou relativo ao “tradicionalmente farroupilha” é convenção estabelecida em processos nem sempre pacíficos no seio da entidade maior do tradicionalismo gaúcho que é o MTG – Movimento Tradicionalista Gaúcho. O regramento a cerca de vestuário, cancioneiro, comportamento, usos e costumes gaúchos, história, etc., tudo, senão a maior parte é convenção. E como tal deve sempre ser concebida.

A questão que se apresenta é que tais convenções acabaram por se tornar dogmas que, por sua vez, passaram a representar, a materializar os conceitos de certo e do errado, de pode e não pode, de “é assim” e “não é assim”. Questão pior ainda é que isso não só nos meios tradicionalistas, mas nos meios populares também.

É justamente por serem convenções dogmatizadas que penso que deve haver liberdade para que as pessoas se vistam da forma que melhor lhes convir. Sem que sejam, neste intuito, recriminadas ou ridicularizadas.

O conhecimento da história e dos preceitos de desenvolvimento do tradicionalismo é muito importante e não deve ficar restrito a grupos reservados como estudiosos, pesquisadores ou tradicionalistas. Quando tais dogmas começam a ser cobrados pelo cidadão comum como se fossem regras imutáveis que não suportam alternativas ou variantes, aí estamos diante de um grande desconhecimento ou de uma grande falta de informação. Tais comportamentos se prestam, também, para perpetuar a dogmatização estabelecida, fazendo com que a maioria da população se sinta “fora do meio”, fora do todo, fora do conjunto da sociedade, a tal ponto que se continua ouvindo a expressão de “lá vem os gaúchos”, como ocorria há vinte ou trinta anos.

Quem perpetua os dogmas de há muito conhecidos como tal é o mesmo que perpetua o preconceito, a desigualdade, a exclusão.

Quem sabe o que é certo ou errado em termos de cultura popular?

            O que o amigo leitor pensa a respeito?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Semana Farroupilha e o Povo do Rio Grande

         Refletindo sobre os festejos da Semana Farroupilha me deparei com a análise do gaúcho-farrapo-comemorador. Sua vestimenta, sua atuação nesse espontâneo teatro-histórico-cultural cujo palco são as ruas e avenidas de todas as cidades do Rio Grande, seus hábitos e seu comportamento.
         Dividi os gaúchos em três grupos distintos, mas interrelacionados.
         Existe o gaúcho rural, dos estâncias, das pequenas e médias cidades, acostumado com as lidas campeiras. Conhecedor da lida e dos apetrechos que a compõe. Para esses, a Semana Farroupilha tem uma identificação muito forte com seu cotidiano. O festejo é exibir, de forma cênica, o cotidiano de seus afazeres.
         Existe o gaúcho migrante. Saiu do interior e foi para a cidade grande. Abandonou alguns hábitos, adotou outros, mas sem esquecer dos primeiros. Para esses, a Semana Farroupilha traz ótimas lembranças. É um retroceder saudosista, carregado, muitas vezes, daquela boa e inafastável saudade. Um dia fui assim.
         Existe, por fim, o gaúcho urbano. Aquele que nunca saiu da cidade. Para esses, a Semana Farroupilha é uma festa que relembra feitos históricos de um passado distante mas nem por isso menos importante ou significativo.
         Em comum?
          Aquele incontido e inexplicável sentimento de unidade e alegria que sentimos quando vemos aquela gauchada entrando ao tropel numa avenida ostentando as cores do Rio Grande. São inconscientes laços de uma origem que, por força da geografia, nos enche de orgulho pelo simples fato de sermos chamados de gaúchos.
         Mazaaaaaaaah!




segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Viu a reportagem?

         O(a) amigo(a) leitor(a) viu a reportagem da Rede Globo a cerca de um estudo que informa que o poder legislativo brasileiro é um dos mais caros do mundo? E tem eleitor bocó que se orgulha em dizer que não gosta de política ou que não quer se envolver em política. Não sabe o imbecil que, ao final, é ele quem paga a conta? Situações como essa é que contribuem para aumentar o enorme desprestígio da classe política brasileira. Não concordo com o termo de abertura, pois a cada quatro anos podemos dar um bom recado via campanha eleitoral e urna eletrônica, mas vale pelo vídeo. Até por que o colega que me encaminhou o mesmo proferiu uma hilária frase: "_ bom se um político pegasse aftosa! Assim, teríamos que sacrificar o rebanho todo...". Não é pra tanto, eh, eh, eh.
         Assista!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

EXPOINTER: RS, Celeiro do Brasil


Durante muito tempo o Rio Grande do Sul foi qualificado como o “celeiro do Brasil”.

Para muitos, isso era uma lisonja, um elogio, algo que merecia o apupo e o regozijo das populações locais. No entanto a mim essa expressão pode refletir outros significados, pois existe um porém. Sempre há um porém.

Quais são as implicações sócio-econômicas de um estado que se caracteriza por ser o celeiro de um país?

A primeira delas diz respeito às limitações econômicas a que este celeiro é submetido.

Um estado fornecedor de gêneros de primeira necessidade teria, pela natureza de sua função, que oferecer alimentos a baixo custo. Nesse sentido, esse estado-celeiro teria suas aspirações econômicas limitadas por um interesse maior: a alimentação da população de forma barata. Isso por si só, já representa um entrave ao desenvolvimento econômico, pois o progresso, inclusive no setor primário (agricultura, pecuária e extrativismo), pressupõe pesquisa, estudo, formação de mão-de-obra especializada, desenvolvimento tecnológico, etc. E como fazer isso se os valores gastos (investidos) não poderão ser repassados aos produtos a serem comercializados?

Outra implicação, decorrente da primeira, é que na qualidade de celeiro a economia local não se torna objeto prioritário nos investimentos públicos, na medida em que o abastecimento da população será sempre atividade complementar no contexto econômico nacional. O objeto principal será a produção de bens industrializados voltados, principalmente, para a exportação, na medida em que o Estado é sempre carecedor de divisas, e essas são, geralmente, em “moeda forte”. Assim, políticas econômicas serão voltadas para os estados industrializados, geradores de riqueza e promotores do desenvolvimento nacional. Com isso, a concentração industrial acaba por se intensificar. É uma forma superlativa do “dinheiro atrai dinheiro”. Os estados industrializados, por sua vez, não terão que se preocupar tanto em fazer maiores investimentos na produção de alimentos, afinal, o Estado (nacional) já possui um celeiro...

Outra implicação, ainda, diz respeito ao mercado de trabalho. Com plena convicção afirmo que este campo é muito limitado num “estado-celeiro”, até por que a mão de obra será preparada para as funções produtivas ligadas ao setor primário em detrimento dos demais. Gera-se aí um círculo vicioso: menos pesquisa é menos desenvolvimento; menos desenvolvimento representa menos empregos; menos empregos representa menos oportunidades para o desenvolvimento de uma mão-de-obra especializada; esta, por sua vez, sem acesso ao estudo, à pesquisa e à diversificação econômica, limita o desenvolvimento tecnológico, e assim sucessivamente. Não que haja uma estagnação. Mas o crescimento é muito limitado.

Por fim, uma implicação que merece destaque é que, assim como a economia do estado-celeiro fica submetida aos interesses gerais da nação e ao poder econômico dos estados “mais desenvolvidos”, também politicamente há uma indisfarçada submissão do primeiro. Os estados economicamente mais ricos são, via de regra, os politicamente mais fortes. Possuem os mais poderosos e atuantes lobbies. Não é por acaso que as políticas econômicas oficiais venham lhes favorecer, afinal, quem pode mais, chora menos.

            Ao longo da história do Brasil sucessivos governos chamavam o Rio Grande do Sul de celeiro do Brasil. Felizmente isso está mudando. Apesar de toda a pressão que sofremos.

            Durante muito tempo nosso estado foi tratado assim, como um simples celeiro. Um estado de segunda categoria que existia para fornecer gêneros de primeira necessidade para o restante da nação, submetido aos interesses do centro.  Esse já era um fator de reclamação dos Farroupilhas no século XIX. Felizmente as coisas estão mudando. A metade sul de nosso estado ainda sofre sérias dificuldades por ter assumido integralmente seu “papel celeiro”. Mas os governos estaduais começam a adotar medidas para revigorar essa região. Enquanto isso a região norte do Rio Grande apresenta grandes índices de crescimento econômico.

Então, quanto ouvirmos alguém se referindo ao nosso estado como o celeiro do Brasil, devemos ter muito claro que nem sempre isso é elogioso. Que por trás dessa aparente homenagem escondem-se algumas implicações que nos atingem diretamente, gostemos ou não.

Podemos até aceitar essa qualificação, desde que sejamos mais. Desde que sejamos, também, a oficina da nação, a fábrica da nação, a faculdade da nação, o porto da nação, etc. Mas só o celeiro não. Nesse sentido isso tem que soar como um xingamento. E a EXPOINTER é um ótimo lugar para tal.
          
           Pense nisso!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mais uma lei...

            Uma das vantagens da democracia é que o sistema legal pode ser modernizado, atualizado ou simplesmente aperfeiçoado, bastando para isso a iniciativa de nossos representantes no Poder Legislativo. Numa ditadura isso não ocorre e, se essa modernização vier a comprometer o status quo vigente, com plena certeza não ocorrerá. Nesse sistema as mudanças na legislação só ocorrem para ampliar o poder dos grupos que dão sustentação ao regime de exceção. Para os demais, o peso da lei e a força da polícia.

Claro que tais medidas, a modernização das leis, devem levar em conta o tempo regulamentar do devido Processo Legislativo e os trâmites políticos que os projetos de lei têm que obedecer desde sua origem, no protocolo da casa legislativa, até a promulgação pelo Poder Executivo (é a regra, pois se não o fizer, será a lei promulgada pelo chefe do Poder Legislativo). Todo esse procedimento pode levar de alguns dias ou semanas na esfera municipal, até anos ou décadas na esfera federal. Não é por acaso que muitas leis já nascem defasadas ou fora de seu tempo, necessitando de atualizações. Em especial, friso, as leis federais. As alterações legais parecem ser muito mais eficientes ou rápidas do que as leis propriamente ditas, na medida em que apenas alguns pontos daquelas são modificados.

Esta semana recebi um email de uma colega professora que pedia apoio para uma campanha que visa aprovar, na Câmara Federal, um projeto de lei que objetiva alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Conforme o email recebido, “este Projeto de Lei estabelece punições para estudantes que desrespeitarem professores ou violarem regras éticas e de comportamento de instituições de ensino. Em caso de descumprimento, o estudante infrator ficará sujeito a suspensão e, na hipótese de reincidência grave, encaminhamento à autoridade judiciária competente. A proposta muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) para incluir o respeito aos códigos de ética e de conduta como responsabilidade e dever da criança e do adolescente na condição de estudante”.

Apesar de concordar de pronto com a disposição legal apresentada, fazendo uma análise um pouco mais crítica da proposição não pude deixar de desenvolver algumas reflexões.

A partir de que habilitação ou qualificação nós professores ou administradores da educação teremos poder ou legitimidade para estabelecer o que são regras éticas ou comportamentais a serem cobrados de nossos alunos? Na qualidade de professores dominamos os conceitos básicos de ética, moral, justiça e tantos outros que estarão envolvidos nessa questão? Nossos Conselhos Tutelares, a primeira esfera a ser acionada, têm capacidade ou competência de fato (não a legal, pois esta têm) para tratar tais questões? O Ministério Público, cujos membros, com raríssimas exceções, nunca foram docentes de crianças e adolescentes, saberá como exigir o cumprimento efetivo da lei? E o poder Judiciário, já tão sobrecarregado, tem como instrumentalizar medidas punitivas ou corretivas aos alunos infratores?

É de se destacar, também, que todas as escolas já possuem suas “listas de comportamentos proibidos” e que, via de regra, as mesmas não surtem muitos efeitos, pois nenhum aluno, nenhum, deixa de agir de um ou outro modo em função dessas listas. Nem por temor a elas. Nem sob o risco das medidas punitivas previstas nos Regimentos Escolares: advertência, suspensão, expulsão.

Mais. O que nossos alunos sabem sobre ética e moral? Há como cobrar valores que não são cultivados por suas famílias? As escolas são espaços onde se cultivam comportamentos éticos e morais?

Por fim, também é de se destacar que, para que a referida medida seja legítima e nós professores possamos ser os beneficiários de um maior respeito por parte dos alunos, e estamos precisando, deveremos ser os primeiros a adotar uma postura ética e comprometida com nosso papel social. Somos o que somos; dentro e fora da escola. Apesar de alguns profissionais da educação insistir em sentido contrário. Conseguiremos esse intuito?

São tantas perguntas; tão poucas respostas...

Taí uma modificação de lei que não sei se será, algum dia, efetivamente implementada. Ou será?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Convite para Pedalada

         São conhecidos os benefícios de uma atividade física regular, ainda mais se feita em contato com a natureza.
         Neste próximo fim de semana, mais especificamente no domingo, dia 21 de agosto, a partir da 09:00 da manhã estaremos promovendo uma pedalada pelo interior do município de Vale Verde, RS.
         Serão percorridos aproximadamente 26 km pelas mais clássicas trilhas do interior: 
- Trilha da Paleteada: é bike nas costas e perna pra que te quero; o down hill compensa...;
- Trilha dos Marimbondos: apesar dos bichinhos, a descida é bárbara; pra quem é braço...;
- Trilha Molhada: muito técnica e... molhada, ainda mais depois das chuvas desta semana; ah, os freios? Quase não funcionam, eh, eh, eh.
- Trilha do Tio Chico: também, depois daquela subida, somente uma folga dessas. A mais ligth;
- Trilha do Touro Louco: tá com medinho? Estamos negociando com o dono do campo para que prenda o bicho, mas os peões dele não se animam... Alguém se voluntaria?
         Todo esforço será compensado. Após, um churras para repor as energias.
         A rota da pedalada pode ser visualizada em www.bikemap.net/route/1190514
         Apareçam!




sexta-feira, 12 de agosto de 2011

11 de Agosto

         É o dia do Advogado, aquele profissional que, além de ter que frequentar uma faculdade por meia década (no mínimo) ainda tem que fazer uma prova seletiva para poder exercer uma atividade profissional. Mas ela é importante. Separa o joio do trigo.
         O pior é ir numa festa e ter que dar consultas tipo "_só uma pergutinha rápida" ou "_me esclarece uma coisinha". Ou então ter que justificar por que não atendeu o telefone ao meio-dia. Isso quando não aparecem na casa do profissional num fim-de-semana, independentemente de horário, para falar coisas que poderiam ser tratadas no escritório no próximo dia útil.
         O negócio é dizer, imediatamente após o obrigado do interpelante "_são cinquenta reais a consultinha", afinal, para responder qualquer "perguntinha" tivemos que estudar. E muito!
         Mas enfim, parabéns para aqueles que lutam por uma aplicação da lei de forma mais justa, ética e moral. O Direito precisa de profissionais responsáveis.

O importante é buscar o ponto de equilíbrio!


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Legislativos Municipais

           Foi forte a reação popular contra as medidas de ampliação do número de cadeiras nas Câmaras Legislativas Municipais em alguns municípios daqui do Rio Grande. E dificilmente poderia ser diferente.
Se existe uma possibilidade, uma pequena possibilidade de os eleitores fiscalizarem seus políticos é na esfera municipal. E principalmente nos pequenos e médios municípios. Nesse espaço as relações são mais próximas, mais pessoais, mais diretas. Assim, o eleitor tem uma relativa facilidade em cobrar responsabilidades de seus representantes, o que, em se tratando de Assembléia Legislativa Estadual ou, mais difícil, Congresso Nacional, é praticamente impossível.

E eu, como muitos, entendo perfeitamente a reação das comunidades a essa medida.

Não é raro que o cidadão-eleitor se depare com um Poder Legislativo municipal que não cumpre a contento com sua função primordial: legislar. Seja por incompetência dos vereadores, seja por inércia (que pode ser proposital ou não) seja por conveniência ou até por imposições legais, tem-se observado que o Executivo é a origem da maioria das leis aprovadas no âmbito do município (questão de competência na acepção legal do termo). A comunidade também se depara com vereadores que não cumprem com sua inafastável (desculpem o neologismo) e imprescindível função de fiscalizar. Talvez por incompetência, o que julgo pouco provável, na medida em que fiscalizar é uma atividade relativamente simples, que não pressupõe estudo, bagagem cultural ou formação política. Somente boa vontade.

Pode-se observar que alguns não fiscalizam por que são subservientes ao Poder Executivo e essa subserviência se materializa por temor ao chefe daquele poder, por inveja (uma vez que queriam ou gostariam de estar em seu lugar) ou por conveniência, na medida em que esperam alguma retribuição em troca de sua submissão. Isso é muito comum com os partidos da base aliada que esquecem os motivos para os quais foram eleitos e transfiguram sua atuação política de representantes do Poder Legislativo em meras marionetes subservientes e legitimadores dos atos do Executivo. Nada questionam, nada rejeitam e a nada se opõe. É sempre amém. É sempre sim, senhor, ou sim, meu senhor e meu amo.

Por outro lado, existem os que não fiscalizam por que o ato de fiscalizar pode trazer como conseqüência, a necessidade de se tomar decisões ou defender idéias que nem sempre parecerão, pelo senso comum, simpáticas aos olhos de alguém ou de alguns. Infelizmente se vê esse tipo de inação (outro neologismo?) nos partidos ou políticos de oposição que, ao se depararem com alguma medida que poderá ser vista como antipática, acabam por omitir-se, esquecendo-se, da mesma forma que os “da situação”, da função para a qual foram eleitos. Nesse ponto, situação e oposição se tornam muito parecidos.

Certa vez me disse um político: “_ não vou para a tribuna dizer isso por que posso me desgastar politicamente”. Ora essa, como assim se desgastar politicamente? Com seus eleitores é que não vai ser, pois foi para isso que foi eleito. Vai se desgastar com os eleitores dos adversários? Além da incompetência para fazer oposição, aquele político, que felizmente não está mais na vida pública, mostra não ter a menor visão política, pois vai perder os votos dos eleitores que confiaram nele. E isso ocorre mesmo, basta ver os coeficientes de reeleição nas Câmaras de Vereadores.

No nível de poder municipal a fiscalização se faz, como já disse, de forma mais intensa. E quem não quer “se desgastar” com os eleitores do adversário que saia da política. Vai trabalhar, pois cargo político não é emprego. Será que não é mesmo? Hein?

Tenho uma tese que até pode parecer estapafúrdia, mas que creio não ser: talvez não façam uma fiscalização mais intensa, mais eficiente e contundente por que, se chegarem a ter a oportunidade de ocupar o cargo fiscalizado (o executivo) farão a mesma coisa do que os que estão lá. Será que não? Nesse caso a psicologia poderia dizer que não deixaria de ser uma forma inconsciente de admirar seu opositor ou, como diz a gurizada atualmente, “tipo se eu virar prefeito (o chefe do Executivo), tá ligado, quero ser igual, ou fazer o que ele faz...” Acredito que é por isso, também, que evitam o “desgaste” da fiscalização pública. Será que não? Hein?

Ora, amigo leitor, é por essas e outras que as comunidades estão se organizando para protestar contra o aumento das cadeiras nos legislativos municipais. Com plena certeza algumas comunidades, se pudessem, se mobilizariam para diminuir as cadeiras existentes, pois para muitos “esse poder não serve pra nada”, “o Executivo faz o que quer”, “não passa de uma boquinha para alguns”, uma “ocupação sem fundamento” para outros e “mais uma forma de tirarem dinheiro do povo”.

Uma pergunta merece ser feita: o eleitor conhece os políticos em quem votou? No âmbito municipal creio que sim. Nesse caso é fácil cobrar a responsabilidade, pois basta mostrar-lhe pessoalmente a insatisfação com sua atuação. Basta cobrar que passem a fazer o que não estão fazendo, isto é, legislar e fiscalizar. Mas aí alguém poderá me dizer: “_é, mas os eleitores não fazem isso”, ou “_muitos até são coniventes com a subserviência ou com a inércia desses políticos”. Muitos até podem ser. Mas não todos. Alguns não serão. Os bons eleitores sabem de suas responsabilidades. Exigirão de seus candidatos responsabilidade no cumprimento dos mandatos para os quais foram eleitos. Vou mais longe: o cargo é publico, a campanha é pública e o salário do vereador é publico? Então a cobrança tem que ser pública: no jornal, no rádio, nas rodas de conversa e, claro, pessoalmente. Lembrando sempre que tem que dar o direito de defesa ao pobre político (talvez nem tão pobre e nem tão infeliz assim).

Mais do que nunca está cheio de razão o ditado que diz que “o eleitor tem o político que merece”. E mais do que nunca o eleitor tem que merecer o político que ajudou a eleger. Eleitor incompetente, ignorante (de ignorar) e sem responsabilidade acaba elegendo candidato incompetente, ignorante (de ignorar) e sem responsabilidade. É a famosa relação de causa-e-efeito. De onde menos se espera que as coisas venham dali é que não vem mesmo!

Até pode ocorrer que nos enganemos, que se acredite estar votando em um bom candidato e se acabe elegendo um, digamos, não tão preparado para o cargo, mas o bom da eleição municipal é isso: é fácil apontá-lo na rua e cobrar responsabilidades. E de mais a mais, eleição tem de quatro em quadro anos. É nas urnas (e na campanha eleitoral) que se cobra o preço do engano. E tem que ser bem cobrado. Com juros e dividendos.

Pensem nisso. Ano que vem tem eleição. De novo!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Tem solução legal

         Muitas são as queixas dos consumidores que, ao tentarem rescindir seus contratos com empresas de telefonia, face à má qualidade do serviço prestado, são ameaçados pelas mesmas que aplicam as cláusulas de fidelidade (que podem variar de doze a vinte e quatro meses), exigindo indenizações e outros gravames. 
         Quando o serviço prestado é deficiente, a matéria já está pacificada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. JULGAMENTO MONOCRÁTICO NA FORMA DO ART. 557 E § 1º-A DO CPC. INDENIZATÓRIA. DANO MORAL. CONTRATO DE TELEFONIA E BANDA LARGA. DEFEITO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RECLAMAÇÕES NÃO ATENDIDAS. RESCISÃO AUTORIZADA. INEXISTÊNCIA DE QUEBRA DE FIDELIDADE. MULTA INDEVIDA. INSCRIÇÃO EM ÓRGÃO DE RESTRIÇÃO DE CRÉDITO IRREGULAR. Não viola cláusula de fidelidade o consumidor que insatisfeito com a prestação do serviço de banda larga 3G efetua diversas reclamações à prestadora do serviço sem ver atendidas suas súplicas. Cobrança de multa e mensalidades a partir do pedido de suspensão do serviço são indevidas, acarretando a irregularidade da inscrição em órgão de restrição de crédito. Dano moral in re ipsa, cujo valor foi fixado com observação dos critérios de proporcionalidade e razoabilidade, além de atender aos parâmetros do órgão fracionário. RECURSO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70041868589, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Tasso Caubi Soares Delabary, Julgado em 26/07/2011)

         Busquem seus direitos!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Parece Propaganda de Cartão de Crédito

         Ver seu time perder (nos pênaltis) quando poderia ganhar, é decepcionante; ver seu time jogando de igual para igual com um grande time europeu, é regozijante; ver os narradores do centro do país torcendo para o seu time, é emocionante; ver seu time jogar com os grandes da Europa, à uma da tarde, num dia da semana, e milhares, se não milhões de pessoas assistindo em todo o mundo é exuberante; ver os co-irmãos tricolores tentando desdenhar o Torneio Audi de Futebol, buscando subterfúgios para diminuir a importância do evento... não tem preço...eh, eh, eh.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Vai começar a correria...

          Política municipal.
         Estamos nos aproximando de mais um pleito político envolvendo os cargos públicos eletivos municipais. Começa-se a observar as manifestações dos possíveis pré-candidatos, os partidos políticos começam a se mobilizar, a corrida, que até então era esporádica e não muito clara começa a se tornar mais evidente.
         Campanhas políticas em nível municipal sempre têm, nos pequenos municípios, alguns ingredientes a mais do que ocorre nas cidades grandes. Para melhor e para pior. O ônus e o bônus. Um nunca sem o outro.
         Para mim, o ônus mais pesado que uma campanha política pode apresentar é a possibilidade de se fazer inimigos pelo simples fato de se pretender um candidato a outro, ou uma agremiação político-partidária à outra. Sob um ponto de vista bastante pessoal, cultivar uma inimizade por motivos políticos é uma prova muito grande de ignorância, de despreparo e de falta de senso de oportunidade. Penso o mesmo, também, no que diz respeito ao futebol. Muita gente acaba “virando inimiga”, em função de algum acontecimento clubístico ou até mesmo por causa de um jogo entre “amigos” ou conhecidos. Lembrando sempre que inimizada não é antônimo de amizade. Pode se ficar inimigo de quem não é amigo.
          Por outro lado, o bônus de uma eleição municipal, me parece, é o processo. Isso mesmo, o processo eleitoral.
Começa com as especulações sobre os possíveis candidatos (ou especulações sobre os possíveis pré-candidatos). Depois, vem a boataria e esta, justamente por sua característica de “possibilidades especulativas”, mobilizam toda a comunidade, apresentando, a cada dia que antecede o pleito, uma e outra novidade. Ocupa as rodas de conversa. Ocupa o espírito dos estrategistas políticos. Ocupa as reuniões sociais, seja um baile, um aniversário, batizado, velório ou casamento. O tema das rodas de conversa será um ou outro boato.
Quem faz coligação com quem? Quem vai ser vice de quem? Quem prometeu o que para quem? Quem vai trair quem? Quem muda de lado na última hora? Quem formará a chapa majoritária? Quem leva o que para onde? Quem e por que vai ser candidato? Quem vai à reeleição? Quem não vai. Que partido está dividido? Quem é de confiança, quem não é? Quem é competente quem não é (como se isso significasse alguma coisa!)? E por aí vai.
Essas são algumas das muitas perguntas que estão começando a ocupar as pautas de conversas em nossas cidades. E vai se intensificar. Quem viver, verá!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Tem remédio para isso?

         Não pude deixar de sentir um forte enjôo ao ver, estampado em jornais, as fotos de algumas figuras marcadas de nossa política no velório do ex-presidente Itamar Franco. Gente cuja carreira política não prima pela transparência (para dizer o mínimo).
         Somente a existência de currais eleitorais pode justificar a permanência (e a perpetuação) dessas pessoas na política nacional.
         Vai um anti-ácido aí?

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Vida Mansa ou Nem tudo que parece é...

         Tranquilidade.
         Os filhos não estão encomodando. Nada de "tô com fome", "tenho tema", "mãe, xixi", "não quero banho", "posso ir para o computador", "me arruma para a aula", "que roupa eu boto", "não tem merenda". Somente a amabilidade de um "oi mamãe, tudo bem?", "como tá mamãe"?, "beijo, mamãe...". 
         O maridão, então, nem se fala: é só gentilezas. Mais prestativo do que nunca. É um tal de "como tá?", "quer que eu faça alguma coisa?",  "tá precisando de algo?", "conosco tudo tranquilo, não se preocupa" (o que é impossível, diga-se de passagem...).
         Além disso, é comidinha na hora, banhinho na hora, caminha arrumada. Sem falar do entra-e-sai de pessoas preocupadas com o bem estar. 
         Vida mansa na maior parte do tempo: silêncio (há quanto tempo não podemos usufruí-lo? - numa época dessas, isso é uma benesse), tv à disposição, computador à disposição, a rede (mundial) à disposição... Dormir, pensar, ler...dormir, pensar, ler... Respirar fundo, pensar, filosofar, avaliar, planejar, re-dimensionar...
         A rotina do dia-a-dia fica da porta pra fora.  Nada de correria, stress, trânsito, serviço, tempo... Tudo fora. Tudo pra fora.
         Tá certo que ninguém gosta de uma temporada em um hospital. 
         Mas, dos males o menor. Que com o limão se faça uma limonada. Ou uma caipirinha. E fazer o que se nosso corpo nem sempre é forte como nosso espírito?
         Embolia pulmonar não é coisa com que se brinque.
         Força maninha. E que tua recuperação seja a mais breve possível. 
         A loucuragem da vida moderna ansiosamente te espera.
       

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Veio, e veio forte...

         Ela vem chegando, de mansinho... Começa pela nuca, enregela pés e mãos, causa uma dorzinha no estômago... Logo em seguida, nos submete a uma sucessão de sensações antagônicas: frio, calor, frio, calor... Quando nos damos conta, já estamos dominados: congestionados, febris, sem apetite, dor de cabeça, sensações térmicas extremamente desconfortáveis, indisposição para qualquer atividade ou esforço, olheiras, mau-humor, cãibras, boca amarga como se tivéssemos engolido uma capa-de-chuva guardada molhada...
         Dez dias depois, muito trabalho e muitas atividades relegadas a um segundo plano, após alguns dias literalmente na cama e depois de várias caixas de remédios, os efeitos dessa gripe começam a arrefecer. Não sem ter feito um grande estrago em nosso corpo. Além, é claro, dos cinco quilogramas perdidos. Eu que já sou magro, quase desapareci.
         O pior é perder a forma física há muito custo conquistada. Com certeza o trabalho de recuperação será exigente.
         E ainda tenho que ouvir a mulherada me perguntanto como é que se pega uma gripe que "tira" cinco quilos, eh, eh, eh...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Quem mais?

Por não termos estrutura e infra-estrtura...
por não termos aconomia...
por todas as dúvidas que cercam os empreendimentos...
pela falta de clareza na condução das obras...
por sermos um país de muuuuitos corruptos...
pela Fifa e pela CBF estarem cercadas de denúncias...
por todas as prioridades que possuímos...
por termos muitos esportes que carecem de investimentos...
por termos uma educação que carece de investimentos...
                            sou contra a realização de uma Copa do Mundo no Brasil!!!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Quem diria...

"Adotar medidas recessivas...
diminuir os investimentos sociais...
conter despesas ou cortar gastos...
elevar as taxas de juros...
privatizar...
implementar políticas de enxugamento do quadro de funcionários públicos...
pedir dinheiro emprestado ao FMI...
estabelecer metas...
assinar carta de intenções
correr o risco de declarar moratória..."
        Para qualquer brasileiro com mais de trinta anos expressões como essas são de causar enjôo,  tirar o  fôlego ou, no mínimo, suscitar péssimas lembranças.
        Para um estudante de uns dez anos atrás, quem sabe, se estaria fazendo referência a um país do "terceiro" mundo. Da África, da Améria ou da Ásia.
         Mas não.
         As manchetes de hoje dizem respeito à Grécia. É a Europa, do Mercado Comum e do Euro.
         Quem diria!
         Quem da minha geração pensaria nessa possibilidade alguns anos atrás?
         E tem mais gente com a corda no pescoço (leia-se Portugal, Espanha e Itália, entre outros).
         Como a experiência é a melhor de todas as mestras, não se duvide que em breve surja um manual do tipo "A Receita Brasileira para sair da Crise" ou "Como o Brasil superou a Crise".
         Alguém duvida?

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Convite AUDAX

         Olá pessoal.
         Vale Verde,  a cidade em que resido, à 135 km de Porto Alegre e à 30 km de Santa Cruz do Sul, sediará, em 26 de junho próximo, um domingo, a largada da prova de Audax Caminhada 50 km.
         Audax não é uma competição, mas uma prova de regularidade, uma caminhada de longa distância em grupo, com ritmo imposto de 6 km/h (descontadas as paradas 5 km/h no tempo geral). 
         É antes de tudo uma prova de resistência para melhorar a saúde, um passeio para aqueles um pouco mais experientes. O objetivo é largar em grupo e chegar em grupo nas mesmas condições. É uma oportunidade de conhecer novos lugares, fazer novos amigos e eliminar o stress.
         A origem dos brevets de Audax de Caminhada encontra-se nas experiências de Audax Ciclismo que são realizados na França desde 1904 e estão amplamente difundidos no Brasil.
         A saída será no centro de Vale Verde às 07:00 do dia 26 de junho (com ou sem chuva) e a chegada às 17:00 no centro de Santa Cruz do Sul.
         Maiores informações e inscrições em
http://www.audaxbresil.com.br/regulamentos/4-regulamento-audaz-marcha
         Fica o convite: bom passeio, ótima atividade física, muita natureza, pois a maior parte do percurso será pelo interior dos municípios de Vale Verde,  Rio Pardo, Passo do Sobrado e Santa Cruz do Sul.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

12 de Junho - Dia dos Namorados

         Já que o dia é dos namorados, que as namoradas se rendam aos sentimentos de seus cara-metades e atendam a seus desejos. Que sejam mais atenciosas, mais carinhosas, mais caridosas, mais compreensivas e mais sedutoras. A rapaziada merece. Os guerreiros precisam do esteio dos braços de suas amadas. Até por que, se um dia é dos namorados, os outros trezentos e sessenta e quatro (se não for ano bissexto) são das namoradas.
         Beijos em seus corações.

E não poderia ter sido diferente!

      Caiu! 
      Novamente o senhor Antônio Palocci teve que deixar a esfera do poder por ter seu nome envolvido em escândalos.
      Era sabido que não resistiria. Seu próprio partido, ao menos algumas facções dele, exigia maiores e melhores explicações. Diante da postura adotada pelo ex-ministro e pelo governo, não havia outra alternativa. Será que suas explicações convenceram alguém?
      Mas a coisa não pode esfriar. Não é por que Palocci saiu do governo que a situação não deva ser esclarecida.
      Tenho um parente de terceiro grau, trinta e cinco anos de idade, que acredita piamente na honestidade do senhor Palocci. Eu comecei a desconfiar dessa crença quando notei que esse parente está até hoje esperando o coelhinho da Páscoa que ainda não chegou em sua casa... Em Papai Noel ele acredita porque ele viu um na televisão. Nem quero falar em cegonha...
    

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Geração Pós-Geração Saúde

         Fim de semana de muitas atividades físicas, o que me leva a concluir que, para o espírito e a mente estarem bem, o físico também tem que estar bem. Mens sana in corpore sanum.
         Na sexta-feira à noite participei de um "bike-night" com o pessoal da Ulbra de São Jerônimo. Grande passeio, muito bem organizado, muita gente reunida (44 ciclistas e outro tanto de apoiadores). Esforço regular. Alguns veteranos, outros iniciantes. Muito bom para "soltar" a musculatura.
         Já no domingo, em face de preparação para o Audax - Caminhada de 50 km que ocorrerá em 26 de junho próximo, fizemos um treinão em Vale Verde (fotos). Apesar da temperatura ser de 03º C às 7:00, e da intensa serração, eramos cinco caminhantes e fizemos 22,81 km em marcha de pouco mais de 5km/h. Foi o dia de testar o físico, além, é claro, dos calçados, das roupas, da alimentação, da hidratação, etc. O "cafezão da arrancada" na Pousada do Alemão antes da saída mostrou-se de muita oportunidade.
         Pará nós, que estamos no que chamo de Geração Pós-Geração Saúde, onde o bem estar físico deve ser o reflexo do bem estar mental e espiritual, tais atividades são extremamentes beneficentes.
         Fica o exemplo e o convite.
Cafezão da Arrancada

Saída sob 03° C


sábado, 28 de maio de 2011

Apesar das mudanças, tudo continua igual...

"Mudaram as estações
Nada mudou..
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim,
Tão diferente..."
         E novamente o senhor Antônio Palocci vê seu nome envolvido em notícias não muito abonatórias de sua conduta política. Desta vez é destacado o fato de que seu patrimônio pessoal foi multiplicado por vinte (por vinte!) desde que saiu do governo Lula.
         O pior é ver a Presidente da República e o ex-Presidente Lula empenhados pessoalmente em "blindar" (termo da moda) seu correligionário, solicitando que não haja a politização da investigação deste acúmulo patrimonial.
         Será que o Partido dos Trabalhadores, que já foi o último baluarte da moralidade nacional e hoje sofre com as mazelas ético-morais da política brasileira, já esqueceu o que fizeram com a ex-governadora Ieda quando da compra de sua casa? 
         Nada como um dia depois do outro!
         E os versos tem razão:
"Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre,
Sem saber
Que o pra sempre
Sempre acaba..."

terça-feira, 17 de maio de 2011

Dá-lhe Colorado...

         Está decidido: após uma semana de flauta, lorota e muita, muita gozação, o Colorado, contrariando os prognósticos e as expectativas, faturou o Gauchão. Inapelável. Ganhou no "tempo normal" e nos pênaltis.
         Jogo digno de decisão, com ambas equipes passando por "altos e baixos" ao longo da partida.
        Compreendo a frustração dos co-irmãos. Eram favas de há muito contadas. Do alto daquela tradicional humildade que caracteriza os Tricolores, nem se quer cogitavam a possibilidade de perder o título. E tudo se desenhou melhor ainda (agora posso dizer), quando fizeram o primeiro gol.
         Pela reação dos tricolores conhecidos, foi uma derrota retumbante. Para os colorados, também. Notei que muitos estavam bastante descrentes.
         Como se diz aqui no Sul, "está pelada a coruja" (ou não, para não infringir as leis de conservação da natureza).