Fazendo compras em um supermercado, um homem observava que cada vez que passava por uma velha senhora com seu carrinho de compras, esta lhe sorria, de forma muito meiga, amigável e carinhosa. Por diversas vezes se cruzaram e reiteradamente ela sorria e acenava com a cabeça.
Num desse encontros a senhora pediu licença, se desculpou pela abordagem e disse:
"_ desculpe-me moço, mas não posso deixar de observar como o senhor é parecido com um filho meu, morto em acidadente de trânsito há alguns anos. A semelhança é muito grande e, confesso, cada vez que passo pelo senhor meu coração parece que vai disparar do corpo, tenho vontade de lhe dar um grande abraço. Posso?".
O homem, um tanto constrangido, deu um sorriso, lamentou a morte do filho da velha senhora e deu-lhe um abraço. Perguntou se ela estava bem ou se precisava de alguma ajuda.
"_ Estou bem, meio cansada da vida e do que ela nos apronta, mas estou bem. Não me recuperei totalmente da perda de meu filho, mas, é a vida..."
E continuou
"Não me leve a mal, meu rapaz, mas tu se importaria que, aqui no mercado, quando nos encontrarmos, eu te chame de 'meu filho'? É só para matar a saudade e aquecer um pouco este pobre coração, numa época de Natal que nos traz tantas lembranças... E se quiseres e não te importares, me chama também de mamãe..."
Ainda meio constrangido, o homem, com um sorriso amarelo, concorda, afinal é época de Natal e qualquer caridade sempre é benvinda.
E assim foi. No corredor da padaria: "_ olá meu filho..."; "_olá mamãe..." E a velhinha sorria desmedidamente.
No açougue: "_ tudo bem meu filho?"; "_tudo, mamãe, e a senhora está bem?"
Nas gôndolas de alimentos:"_ bom te ver, meu filho..."; "gostei de ver-lhe, mamãe...".
E assim foi durante um bom tempo naquela manhã.
Quando o homem chegou no caixa, observou que a velha senhora estava saindo e, sorridente e amável como sempre, acenou-lhe ao mesmo tempo em que se despedia "_ tchau, tchau, meu filho; muito obrigado por tudo, não sabes como me ajudou". A resposta foi de pronto: "_ tchau, tchau, mamãe, não há de quê; foi um grande prazer".
Então o homem, sorrindo da inesperada situação, passou suas compras: um sabonete, uma escova de dentes, dois cacetinhos e quinhentos gramas de guizado. Total: quatrocentos e dez reais.
"_Quanto?" Gritou o homem? Quatrocentos e dez reais, disse a atendente: "_doze reais de suas compras e trezentos e noventa e oito das compras de sua mãe, afinal, ela disse que o senhor iria pagar as compras dela e ainda lhe agradeceu, lembra?"
Vai explicar para o gerente do mercado... De onde menos se espera que as coisas venham...
Realmente, o Natal tem que ser uma época de solidariedade.
Feliz Natal e um fim de ano de muita paz, festas, alegrias & comemorações.
kkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirQuando comecei a ler pensei que fosse mais uma daquelas histórias dramáticas.
E o fim de ano é cheio de histórias dramáticas. Como se o ano todo já não fosse...
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