Participei dia
14 de abril de uma Caminhada Audax de 25 km na cidade de Novos Cabrais, RS. Era uma
atividade que fazia parte das comemorações de aniversário da cidade.
Destaque desta
caminhada a companhia constante de um persistente chuvisqueiro. Às vezes chuva
mesmo.
Não foi a
primeira vez que participei de uma caminhada longa, com tempo predeterminado.
No entanto a chuva ao mesmo tempo que tornava a caminhada um pouco mais
exigente, torvava-a mais atraente, instigante, desafiadora.
Mesmo com
relativa experiência em caminhadas sempre há o que aprender e nesta
oportunidade não foi diferente.
Sabia que
estaria chovendo, até por que a previsão do tempo era acompanhada diariamente
na semana anterior à caminhada (o que aqueceu as discussões no nosso grupo de
atletas e fez alguns, temerosos do dilúvio que se expeculava que ocorreria, desistirem
da empreitada). Isso exigiria, então, um pouco mais de atenção no planejamento.
Meias apropriadas e de ótima qualidade além de um calçado minimamente adequado
(e já suficientemente “domado”) seriam indispensáveis. Era o "basicão". No meu caso esses itens
fizeram uma boa diferença na chegada (pés quentes, secos e confortáveis). Roupas leves também
eram indicadas, apesar de que, nesse caso, 25 km é uma distância
relativamente curta. Nada de muito “profissional”, então. Tac-tel, micro-tel, tecidos
dry seriam suficientes. E foram. Molharam mas não pesaram. E garantiram a
temperatura corporal. A capa de chuva, bem, esse foi um capítulo à parte.
A escolha da
capa de chuva dependeria do tipo de chuva que enfrentaríamos: suave, intensa,
torrencial, com vento, sem, etc.. Dependia, também, da temperatura ambiente. Optei
por uma capinha comprida até as canelas, de “matéria plástica”, daquelas bem
“levinhas” que costumo usar quando vou ao Gigante da Beira-rio assistir a
super-máquina alvi-rubra (em dia de chuva, claro!). Quase descartável. Para o
fim a que se destinava mostrou-se perfeita. Mas, se era impermeável de fora
para dentro, também o era de dentro para fora (agora parece óbvio, não?), e aí
o suor do esforço de caminhada acabou por me encharcar. Como disse, ao menos me
mantive aquecido...
Mas a grande
aprendizagem foi com a mochila de alimentação-hidratação ou de
hidratação-alimentação.
Eu usava uma
mochila do tipo camel-bag, com reservatório de água e uma mangueirinha, para
beber água sem parar ou ter que tirar a mochila das costas. Como estava
chovendo, objetivando manter a mochila e os lanches no seco pus a capa de chuva
por cima da mesma. Aí eu vi que não foi o ideal.
Se beber sem
tirar a mochila das costas era possível, comer não era. E aí a coisa
complicou...
Quando se
caminha a seis quilômetros por hora, durante cinco horas, qualquer parada de
dez minutos representa um atraso no planejamento ou o afastamento do pelotão de
caminhantes, o que exigirá um bom esforço para alcançá-los (pude comprovar isso
quando parei cinco minutos para “aguar as folhagens” e, sem querer correr ou
acelerar demais o passo, levei quase dez para me integrar novamente). Já
pensou, então, parar, levantar a capa (que não possuía botões) até o pescoço (e
se molhar todo), tirar a mochila, pegar o alimento (descascar, desenrolar,
abrir), comer e fazer o procedimento inverso? Optei por comer somente na parada
planejada (no meio da caminhada, lá pelo quilômetro treze). O problema foi que,
com o suor abundante, a energia começou a escassear, a taxa de glicose baixou e
somente água não servia de repositor energético. A salvação da lavoura foi um pé
de caqui no meio do parque Witeck...Me senti um bugio agarrado naquela árvore.
Mas foi o suficiente para chegar ao ponto de parada.
Após a “parada
principal”, alimentado e hidratado, tudo correu (caminhou) conforme o
planejado, chegando-se ao termo dentro das melhores expectativas.
Foi uma ótima
atividade. Diversão, descontração, exercício físico... E como sempre tudo muito
bem organizado pelo Senhor Luiz Faccin Caminhante, chefe supremo das forças
caminhantes de Santa Cruz do Sul, Vale do Rio Pardo e adjacências.
Outras
impressões conto outra hora.
A propósito, aí vem os
50, 75 e 100 km!
Não sei não...não sei não...