Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Semana Farroupilha

                A Chama Crioula, cuja origem ultrapassa o regionalismo, objetiva manter acesa a cultura e as tradições gaúchas, caracterizando-se por ser o elemento comum de identificação de todo povo rio-grandense. Nascida da centelha do Fogo Simbólico, que nos dias que antecedem à Semana Farroupilha representa a afirmação da autonomia nacional brasileira, é carregada do simbolismo de manter-nos como estado autônomo, porém vinculado à federação brasileira.


Resultado de imagem para semana farroupilha          Gauchada a postos, bem aparamentada, o equino nos trinques, a guaiaca forrada e, não pode ser diferente, mais uma vez será dada uma quebra no rebanho, afinal, são sete ou oito dias em que o boi no espeto é a pedida. E dê-lhe-que-te-dê-lhe churrasco. E cana. E cerva...
                O rodeio, outro dos símbolos de nosso regionalismo, já foi mais rico do que atualmente se apresenta. Ainda existem rodeios onde temos uma boa diversidade de práticas artísticas, mas não é raro que apenas se chame de rodeio competições de tiro de laço. Danças, cantos, declamações, gineteada, prova de estafeta, etc., já não são muito comuns, exceção aos rodeios de exponencial destaque regional ou aos grandes festivais culturais de folclore.
                O desfile do 20 de Setembro é outro marco deste período. É o momento em que o povo gaúcho, seja desfilando, seja assistindo quem desfila, se envolve com o momento máximo da festa farroupilha. É a oportunidade de, além de mostrarmos nossa indumentária devidamente ajeitada para o evento, mostrarmos também nossa disposição no culto ao um passado histórico não muito distante. Este ano, aqui no Vale Verde, as instituições tradicionalistas encaminharam uma demanda para os organizadores do desfile para que os estudantes não participassem do mesmo desfile que os cavalarianos, numa solicitação que causou bastante polêmica. Mas se a própria Revolução Farroupilha é muito envolta em polêmicas, por que um desfile de uma pequena cidade do interior do Rio Grande seria diferente?
                A música é outro destaque. Nativismo, música tradicionalista, xucrismo, gaudéria, de festival... Em comum, o objetivo de cantar as coisas do Rio Grande, geralmente engrandecendo, elogiando e ampliando os feitos dos tauras dos pampas. Cantam-se as virtudes e, relativamente comum, alguns vícios como virtudes. Não é à toa que o imaginário que cerca o gaúcho não raro o apresenta como um super-homem. É o super-homem dos pampas. É o super-homem a cavalo. É o super-homem de faca na cintura. E pensar que o termo gaúcho já serviu para identificar um homem mau, veiaco e falcatrua, um teatino, um traste sem-serventia. Hoje nos honra ser chamados de gaúchos.
                Nós último trinta anos a historiografia no Rio Grande do Sul apresentou grande evolução.  A partir disso a história do Rio Grande passou a ser revista e reinterpretada. Em consequência, mudaram os temas, mudou a música, mudou a indumentária e o próprio jeito de ser do gaúcho atual (que revive o passado). E isso foi bom, pois agregou muito valor e riqueza a um passado que ainda tem muito a mostrar; sem falar que trouxe de volta para o círculo das tradições gaúchas a gurizada que andava meio afastada por uma sisudez monolítica daqueles que se achavam donos das tradições e da cultura gaúcha que, por temor ou desconhecimento, rejeitavam tudo que fosse moderno sob seu olhar, esquecendo-se, muitas vezes, que o próprio movimento tradicionalista nasceu nos braços de uma então juventude.
                Em homenagem à gauchada, então, três versos de músicas de muita significação:
                - Se a força me falta no braço, na coragem me sustento... (Veterano)
                - Não vai ficar pra semente quem nasceu pra ventania... (Gaudêncio Sete Luas)
                - Trinta e três de espada, mas perdeu de mão... (Esquilador)

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

O bestialismo não tem limite...


              E a facada no candidato? Aí eu tô lôco então! A sorte dele é que o meliante não era seu eleitor e adepto da liberação da arma de fogo, senão, teria sido despachado para o além.
Resultado de imagem para olha a faca                Como o fato é recente, ainda estamos na fase da boataria, do diz-que-disse, da especulação. Vamos ver o que se apurará das investigações. E não acredito que quem não iria votar nele passará a fazê-lo pelo fato de que ele foi esfaqueado. A reação imediata de todos os demais candidatos foi no sentido de que as responsabilidades têm que ser apuradas e o agressor exemplarmente punido. Mas alguém “deve estar rindo por dentro”. Ou não?
                De certeza, apenas a parceria do faqueado com a Tramontina. Já estou antevendo uma ótima oportunidade de marketing: aparece o candidato-faqueado e diz, em alto e bom tom: “_minha sorte era que a faca não era Tramontina, senão eu teria morrido”, ahahahahah. No Brasil, até tragédia vira piada.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

A quem isso interessa?

              Chamou a atenção o programa de entrevistas que os candidatos à presidência da república estão se submetendo no telejornal noturno de maior audiência da televisão brasileira. Não sei se o amigo leitor assistiu algum...
                Ao primeiro não assisti, mas conversei a cerca de. Assisti o segundo e o terceiro. Compartilho algumas impressões.
                Muito mais do que oportunizar esclarecimento sobre projetos e propostas, os entrevistadores queriam apresentar os pontos negativos que identificavam esse ou aquele candidato ao longo de sua vida pública e pedir, quase exigir, explicações. Muitas vezes os repórteres apresentavam dados estatísticos e informações e induziam os entrevistados a responder de forma muito objetiva o que precisava de argumentação e desenvolvimento de linhas de raciocínio, mostrando, não raro, certa impaciência, tornando-se quase que inconvenientemente inquisidores.  Até parecia, em determinados momentos, que havia um conflito de egos entre os interlocutores do sabatinado: eram caras, bocas, olhares e trejeitos que, somadas às questões negativas listadas, acabavam por ofuscar a proposta inicial de se conhecer melhor o que se nos espera pelos próximos quatro anos. Se é que era isso que queriam...
                Em determinados momentos a forma como as perguntas eram feitas apresentava-se muito agressiva, opressiva, quase ofensiva, numa clara tentativa de, muito mais que esclarecer, por o candidato na parede. Era um verdadeiro espetáculo ou jogo de poder: os entrevistadores chamando mais atenção que os entrevistados.
                Se tais entrevistas tem tido algo de positivo, é mostrar qual ou quais pretendentes ao cargo máximo da nação estão mais ou menos preparados para enfrentar a pressão.
                Não sei se isso muda o voto de algum eleitor, penso que não, mas todo conhecimento a cerca dos prováveis ou futuros presidentes de nosso sofrido país sempre é bem vindo. Ou não? Hein? Hã?