Não é por que tinha Copa do Mundo que nós deixamos de acompanhar as notícias referentes à política e a transição do governo do Messias para o do Molusco, certo amigo leitor?
Confesso que não sou um grande entendido das relações financeiras que ocorrem em termos de macroeconomia de um país, mas está sendo com bastante receito e dúvidas que vejo a proposta da PEC da Transição de permitir que os valores referentes a alguns auxílios financeiros à populações mais carentes sejam alocados acima do teto de gastos do governo; não que essas populações mais carentes não mereçam, pelo contrário, merecem muito sim.
Mas eu fico
pensando: se a gente, cidadão comum, gasta acima de nosso teto financeiro,
acima daquilo que temos como previsão financeira ou planejamento orçamentário,
nós nos endividamos muito, certo? O mesmo não acontece com os governos? Claro
que sim; é o chamado “aumento da dívida pública”. O problema é que, em caso de
endividamento do governo, advinha quem vai ter que arcar com a conta? Nós mesmos,
os pagadores de impostos.
Um comerciante
que gastar mais do que ganha com suas vendas irá, inexoravelmente, à falência.
Um país, o Estado, não vai à falência, não pode falir. Então, para se
“desendividar” vai ter que meter a mão no bolso dos contribuintes. Anote aí
amigo leitor: da morte e dos impostos ninguém escapa. E já vivemos em um país
onde a carga tributária é indecente.
O pior é ver
que essa PEC vai ser aprovada quase que sem ressalvas. Onde está o bom senso de
nossos senadores e deputados? Onde está a oposição? Onde ficam os princípios da
administração pública?
Não é por que
a democracia está vencendo o reacionarismo e as ameaças a sua integridade que
os eleitos podem fazer o que bem entendem e agir de forma inconsequente.