“Eu não tenho nada no meu nome...”. “Eu não
tenho nada...”
Preste muita
atenção nas duas afirmações anteriores amigo leitor, pois elas vão ocupar os
meios de comunicação pelos próximos dias.
Esta semana
foi apresentada denúncia na Câmara dos Deputados Federais contra o presidente da
casa por quebra de decoro parlamentar, visto que há indícios de que o mesmo
mentira a cerca de possuir, ou não, dinheiro depositado em seu nome em contas
bancárias suíças.
O Ministério
Público Federal - MPF descobriu dinheiro depositado em nome de empresas
pertencentes a Eduardo Cunha e seus familiares em bancos suíços. Tudo
documentado. E é aí que está a grande questão.
A princípio ele
negou veementemente possuir qualquer valor depositado em contas suíças. Negou e
negou. E com aquele ar de deboche, empáfia e soberba interpelava repórteres e
adversários sempre que o acusavam de ter dinheiro no exterior.
Com a
publicação da documentação que comprovava que havia sim dinheiro de sua
propriedade em contas suíças, o discurso mudou e agora ele diz, descaradamente,
que nunca mentiu, uma vez que sempre afirmara que “nunca teve dinheiro em seu
nome em contas suíças...”, pois o dinheiro que está lá depositado pertence as
suas empresas e em nome delas estão.
Está criada
uma grande questão semântica e jurídica: dizer que não tinha dinheiro em seu
nome em bancos suíços é o mesmo que dizer que não tinha dinheiro em bancos
suíços? Ele mentiu ou não?
Antes de políticos,
Advogados, Promotores e Juízes penso que deverão ser ouvidos os professores de
português.
Independentemente
se o dinheiro estava no nome dele ou não, a origem do mesmo ele já esclareceu:
veio da exportação de carne processada (enlatada) para a África e de aplicações
financeiras. Ah bom! Dez milhões de dólares são muita carne e muita aplicação
financeira. Será que o imposto de renda dele confirma isso?
Há mais... O
relator do processo administrativo que deverá apurar se ele ofendeu o decoro
parlamentar da Câmara ou não, se será processado ou perderá o mandato ou não,
está sendo processado pelo STF – Supremo Tribunal Federal por falso testemunho,
além de ser do grupo de partidos políticos que ajudaram a eleger o deputado
Cunha. Desculpa o termo amigo leitor, mas é muita sem-vergonhice!
Não é à toa que os políticos brasileiros são chamados
de “políticos tumeleiro”: ninguém facilita tanto... Isso que eu nem escrevi
sobre o Baseggio aqui no Rio Grande...