Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Estou precisando estudar...

       É assim que a coisa mais ou menos funciona. Quando me deparo com algum assunto ou situação que não me é do conhecimento ou do domínio, mesmo que não relacionado à área profissional ou afim, confesso que preciso buscar subsídios através do estudo. Apenas para uma questão de entendimento. E desta vez não será diferente. Creio que a área onde vou encontrar algumas explicações será a psicologia.
      Essa semana, como nas últimas, o assunto (um dos) predominante nos meios de comunicação nacionais foi o casamento na família real britânica.
      Tudo bem se o assunto fosse predominante em terras do Império Britânico, até  por que é o povo britânico quem vai pagar a festa. Mas aqui no Brasil? Depois da Proclamação da República, em 1889, o mais perto que chegamos de uma realeza foi no plebiscito da década de noventa do século passado, lembram?
      Abro o jornal e está lá a manchete: "tudo pronto para as bodas do século"! Numa revista, a chamada era "faltam três dias para o enlace dos sonhos..."; outra revista traz edição especial: "tudo sobre a realeza britânica". Entro na rede (mundial de computadores) e sou bridado com a chamada "é hoje o grande dia por todos esperado...". Outro dia na tv, um canal mostrava "como comprar um vestido igual ao da Kate por menos de cem reais"; outro semanário trazia "cópia fiel do convite real" e completava: "entre  em nosso site, imprima, preencha com seus dados e sinta-se um vip"; num telejornal foi discutido se a Rainha-Mãe (avó do noivo, rainha da Inglaterra) exigiria, como de praxe, a prova da "pureza" (virgindade) da noiva. Eh, eh, eh. Parece que, desta vez, seria quebrado o protocolo... Isso sem falar nas manchetes menores do tipo "o tempo no dia do casamento", "o cardápio a ser oferecido", "quem e por que foi convidado",  "o que os convidados irão beber" (a propósito, não será servida cerveja...), "se você fosse convidado que roupa deveria vestir", "os talheres reais", "os guardanapos especiais", e por aí  vai. E o povão looooouco para saber da última sobre o casório. O que vai ter de noiva "copiando" o vestido real. O que vai ter de William e Kate sendo batizados nos próximos meses aqui no Brasil!
      Não entendo muito as forças que movem as pessoas a perderem seu tempo e até pagar para saber/ler coisas assim. Talvez curiosidade, talvez uma compensação por não fazerem parte daquele mundo "aparentemente dos sonhos".
      É um mundo distante, que não pertence à maioria das pessoas ditas "comuns".  Uma tese: de repente dominar o assunto não deixa de ser uma forma de apropriação dequele mundo. Vai saber?
      É por isso que eu preciso estudar. Estou me sentindo meio ignorante.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Escola e Violência

      Alguns leitores destacaram o fato de eu ainda não ter me manifestado a cerca da tragédia do Realengo no Rio de Janeiro, principalmente porque sou professor e dos mais críticos diante das questões, e das mazelas de nossa educação. Já o fiz, mas volto ao tema.
      Às vezes é delicado se tratar de um assunto tão impactante no calor dos acontecimentos, quando a opinião pública e o senso comum estão tomados por informações e manchetes que, não raro, apresentam um ponto de vista do comunicador, do jornalista ou da rede de comunicação que está apresentando a notícia. E o que esses querem é manchete; é espetáculo. Nesse sentido, a nós que ocupamos os meios de comunicação e, muito comum, somos formadores de opinião, prudência sempre é aconselhável.
      Não se pode tratar da "tragédia do Realengo" sem tratar, de forma direta e objetiva, da questão da violência escolar como um todo.
      Já tínhamos visto, ouvido ou lido a respeito de violência nas escolas brasileiras, mas nunca, nunca mesmo, poderíamos imaginar que chegaríamos a uma situação como esta (aquela).
      Coisas assim aconteciam nos Estados Unidos. Lá, os alunos eram perigosos, desequilibrados, andavam armados, cometiam assassinatos em massa. E lá, esse lá que sempre nos pareceu bem longe, era um outro mundo, um lugar onde as coisa aconteciam sem nos dizer o menor respeito.
      Agora, todo e qualquer caso de violência que por ventura tenha ocorrido no Brasil, acontece  aqui, e esse aqui é "bem próximo". E esse bem próximo foi potencializado, elevado ao status de tragédia. A população brasileira ficou estupefada. Mais ainda a classe escolar.
      Uma das principais consequências desse acontecimento foi o espíritio de insegurança instalado em nossas escolas. Nunca as comunidades escolares se sentiram tão frágeis, vulneráveis e inseguras. Tanto pelo fato em si, a morte de mais de uma dezena de crianças, com a facilidade como ocorreu e, pior, pela facilidade como fatos semelhantes poderão ser cometidos, repetidos.
      Violência nas escolas sempre houve. Não é um fenômeno atual. A questão que se apresenta é o destaque que esses fatos têm tomado. Até certo tempo, os casos que nos chegavam ao conhecimento representavam (mas não eram) fatos isolados e (pareciam) restritos às comunidades carentes onde a pobreza da população servia como (uma improvável) justificativa para os mesmos.
      Com a evolução dos meios de comunicação, com a universalização dos circuitos internos de segurança ("sorria, você está sendo filmado!") e dos telefones celulares que fotografam e filmam, a violência escolar passou a se mostrar muito mais comum do que se imagina. E muito menos restrita às comunidades escolares das classes menos privilegiadas. Tem muito estudante de classe média e alta cometendo violência escolar. Como sempre houve. Que o digam os violentos trotes aos bixos universitários que já causaram, inclusive, algumas mortes. Com certeza não são da classe baixa os estudantes que cometem tais violências. Ou será que estou enganado?
        Me parece que agora, diante desses fatos e da facilidade com  que nos chegam ao conhecimento, estamos num período de "democratização" da violência escolar.
      Não se pode esquercer que ainda tem essa questão do bullying, que será assunto de outro momento.
      Assim é que o acontecimento do Realengo vai exigir uma nova postura das escolas e dos poderes constiuídos diante da questão da violência escolar. A esses esforços deverá se somar os esforços e os interesses das famílias que, querendo ou não, são também responsáveis pelo que acontece, pelo que seus filhos e netos fazem.
      Enquanto isso, nós professores e nossos alunos do bem, continuamos nossa luta. Cumprindo com nosso mister. E tentando ser parte da solução...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Vai começar a cantilena! Ou Desarmamento, de novo?

         Aproveitando-se do impacto cusado pelo que está sendo chamado de "o massacre do Realengo", os arautos voltam a fazer suas pregações proclamando a necessidade de se promover o desarmamento da população.
         Desta vez, ao que tudo indica, o Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal quer promover um plebiscito sobre a proibição da venda de armas aos cidadãos brasileiros.
         Já escrevi sobre isso em fevereiro pp (Direito de Defesa) e volto a bater na mesma tecla: o cidadão de bem, pagador de seus impostos, tem que ter o direito de ter uma arma. Para defender a si, aos seus e o seu patrimônio. 
         Medidas de desarmamento vão atingir única e exclusivamente os cidadãos de bem. Os meliantes, a bandidagem, esta não será atingida. Ou será que o amigo leitor imagina algum assaltante devolvendo sua arma em troca de alguns trocados? Ou imagina que ele vá comprar um fuzil ou metralhadora em uma loja?
         A propósito, sobre a ilustre personalidade que encabeça essa absurda proposta (o povo brasileiro já decidiu que é contra o desarmamento) sugiro uma leitura muito esclarecedora:
"Honoráveis Bandidos" 
        Vamos nos dar o respeito!

Ufa!!!

Passada a tempestade, vem a reconstrução. Que o digam os japoneses!
Após alguns percalsos, estou de volta. Espero que respeitando a periodicidade de antes.
Aos leitores, obrigado pela paciência.