Bastou o
governo federal começar uma campanha nacional promovendo a vacinação bivalente,
aquela contra a cepa original do COVID 19 e a sua variante ômicron, que
voltaram a circular nas redes sociais as bobagens de sempre sobre os efeitos da
mesma.
A falta de
verossimilhança nos argumentos dessas Fakes era tão gritante, mas a rapidez com
que as pessoas se deixaram convencer por elas foi tão intensa, que cheguei a
uma conclusão: as pessoas não só querem ser enganadas como precisam ser
enganadas, pois afinal precisam encontrar urgentemente algum subterfúgio que
venha servir de apoio a todas as ideias retrógradas e preconceituosas que foram
rejeitadas no último pleito eleitoral presidencial. A derrota do
Messias-reacionário, com a consequente vitória do Molusco-ligeiro, ainda não
foi digerida, então a vacina tornou-se o instituto que, se apresentar algum
problema na população, garante a mantença dos ideias reacionários.
As pessoas
querem mesmo, do fundo de seus corações, que a vacina cause algum problema,
algum efeito colateral nocivo, alguma sequela, pois ao se agarrarem nessa
possibilidade mantém vivo o apego às ideias suplantadas pela eleição do novo
governo. E então acreditam muito honestamente nessas bobagens que encontramos
nas redes sociais. Acreditam e se preocupam com elas, afinal, são pessoas que
estão ficando com problemas de coração, com a pele machucada, cegas ou
impotentes...
Para que
pesquisar se uma notícia é verdadeira ou falsa, se é muito mais fácil,
importante e necessário, quase urgente, acreditar nela? Hein? Hã?
Apesar de que
eu ache que muita gente que faz circular tais bobagens é gente vacinada,
ahahahahahah.
E se
ocorressem tais efeitos nocivos?
Vamos supor,
hipoteticamente, apenas pelo prazer da dialética, que realmente uma pessoa
apresentasse problemas no coração por causa da vacina, ou que ficasse cega, ou
impotente, ou desenvolvesse guelras, os ficasse careca (ah, agora eu sei porque
minha cobertura capilar é tão exígua, ahahahah – mas careca é melhor que a
impotência, certo? ahahahahah) ou se tornasse um zumbi sob o comando da China.
Será que os milhões de pessoas que foram salvas pela grande campanha de
vacinação tornariam o processo (de vacinação) indevido ou perigoso? Será que os
milhares de pessoas que morreram por não terem sido vacinados a tempo deixariam
de tomar a vacina diante de casos de efeitos colaterais numericamente tão insignificantes,
ínfimos, diminutos? Será que ainda assim a vacina seria perigosa?
Vamos pensar
nisso antes de passarmos adiante tantas popagens!