Em algum ponto
do caminho desses cuidados básicos eu falhei, por que tive o desprazer de
entrar para as estatísticas, sempre elas, como mais um contaminado pelo COVID19
e pude constatar que o que falam sobre a doença, sobre a gravidade da mesma, era
verdade.
Acredito que
existam pessoas que contraem o vírus e ficam assintomáticos. Acredito que
outros tenham sintomas leves; outros também podem ter sintomas mais graves; há
também os que têm sintomas severos e precisam ser hospitalizados. É uma situação
muito delicada.
Como sou um
indivíduo muito metódico em meu cotidiano, como me conheço física, emocional,
psíquica e espiritualmente (masáaaaaa), logo que senti o mais leve dos sintomas
comecei a fazer um diário, pois sabia que “alguma coisa não estava bem, e se
prenunciavam alguns dias difíceis” ...
O mínimo que
posso fazer para auxiliar os amigos leitores que porventura venham, também,
ficar doente, ou que não acreditam muito que a doença é tirana, é dividir com
eles minha experiência. Abaixo reproduzo meu diário, destacando que o dia 1 não
equivale ao dia primeiro do mês, mas ao primeiro dia em que senti sintomas. Lá
vai:
- dia 01 – era
um sábado: leve dor na nuca (essa sempre aparece quando estou para ficar
resfriado, por isso é velha conhecida);
- dia 02 -
domingo: mesma dor esporádica na nuca e na musculatura próxima, semelhante a um
leve torcicolo; parecia o Robocop olhando para os lados, kkkkk;
- dia 03 -
segunda: intensa dor na nuca, pescoço, ombros, e leve dor nos músculos das pernas;
- dia 04 -
terça: indelével coceira na garganta e o surgimento de um pigarro; continuam as
dores na nuca, pescoço e ombros; aumentam as dores nas pernas, em especial os
músculos das coxas;
- dia 05 -
quarta: o pigarro vira tosse suave, dor nos músculos se ampliando (braços,
costas, barriga, pernas); dor nas juntas e articulações; incipiente sensação de
cansaço;
- dia 06 -
quinta: músculos bastante, mas bastante doloridos, crise de dor ciática aguda,
dor no pulmão, lado esquerdo, sensação de cansaço aumentada (noite de dormir
sentado), alterações de temperatura, calafrios, suador;
- dia 07 -
sexta: bastante, mas bastante dor no corpo, tosse suave, sensação muito grande
de cansaço, absoluta falta de força no corpo, (mais uma noite sem dormir na
horizontal), a dor no “polmão” troca de lado, alteração de temperatura com
calor e frio extremos, nariz levemente congestionado (situação agravada na
tentativa de dormir deitado); ciático inflamado a todo vapor...;
- dia 08 -
sábado: dor no corpo menos intensa que
nos dias anteriores, mas ainda muito insistente; cansaço diminui, mas fazer
atividades básicas como escovar os dentes, caminhar, manter-se em pé, ainda
estão bastante custosas; tosse mais incomodativa, respiração mais pesada, leve
dor de cabeça, dor nos olhos, nariz ainda levemente congestionado;
- dia 09 - domingo:
intensa dor no ciático; persiste a sensação de cansaço; alteração de
temperatura, dor nos olhos, respiração ainda pesada, diarreia, suaves indícios
de perdas no olfato e paladar;
- dia 10 -
segunda: diminui bastante a dor no
corpo; vem a diarreia; perda do olfato e do paladar; dor ciática aguda ainda;
respiração pesada;
- dia 11 -
terça: continua a sensação de cansaço e indisposição, perda total do paladar e
do olfato; congestão nasal, respiração pesada, dor ciática, sem diarreia;
-dia 12 -
quarta: muita “zonzeira” e tontura; equilíbrio afetado, perda do paladar e
olfato, congestão nasal e respiração pesada; sensação de cansaço diminuindo;
- dia 13 -
quinta: muita zonzeira ainda, momentos de desequilíbrio, perda do paladar e
olfato; um pouco cansado ainda; respiração menos pesada;
- dia 14 -
sexta: leve zonzeira, sem paladar e olfato, respiração ainda um pouco pesada; à
noite, incipiente indício de retorno do olfato e do paladar;
- dia 15 –
sábado: sintomas de cansaço desaparecem, a zonzeira desaparece, respiração mais
próxima do normal, olfato e paladar ainda comprometidos;
- dia 16 –
domingo: parei de fazer o diário, me considerei curado, com suaves sintomas de
cansaço, sem dor generalizada, mas ainda sem olfato e paladar integrais que
ficariam ainda por um bom tempo comprometidos.
E aí, amigo
leitor, é pouco ou quer mais? E olha que eu, apesar da idade, não sou um
indivíduo sedentário, pratico bastante esportes, não fumo, me alimento bem a
não possuo comorbidades...
De tudo, o que
pude concluir é que o que leva a pessoa para o hospital é a falta de ar, que
felizmente e graças a Deus eu não tive, pois se a tivesse, teria que ter
buscado recursos, com certeza, principalmente entre os dias seis a nove, o pico
da “fraqueza”. Para não dizer que não
tomei remédio, tomei relaxante muscular duas noites, quando a dor nos músculos
estava muito intensa. Nunca pensei que atividades simples do cotidiano como
escovar os dentes, tomar banho, trocar de roupa, calçar um sapato ou até
caminhar, bem como atos involuntários como rir, espirrar, tossir, pudessem ser
tão custosos e doloridos e exigiriam tanto esforço. Como diz a gurizada, “o
troço foi punk!!!” Como diz meu pai, “a coisa tava osca”.
Vale a lição.
Se tem alguém a ser culpado por toda essa situação fui eu mesmo que não me
cuidei como devia, ninguém mais; nem médicos, nem familiares, nem o Bolsonaro,
nem o Lula, nem o STF, nem a falta de vacina ou de remédio, nem ninguém. Ah, e
o olfato e o paladar ainda não estão 100%, passados mais de um mês.
O aviso está
dado!