Botei uma bandeira do Brasil no
meu carro. Não posso perder uma oportunidade como esta de ensinar à filha
alguns princípios éticos e morais fundamentais como patriotismo, respeito às
instituições de direito, responsabilidade social, participação política, etc.
Alguns até
pode me perguntar, como me perguntaram, “mas tu não era contra a realização da
Copa no Brasil?” Era, com certeza. Mas as coisas não podem e não devem se confundir.
Patriotismo em nada se confunde com ser a favor
ou contra o governo, concordar ou não com políticas públicas, planos ou
projetos governamentais.
Patriotismo é um sentimento que se desenvolve a
partir da identificação emocional, intencional ou não, com um país, com um
limite geográfico, aquele em que nascemos, e com a comunidade que ocupa este
espaço. E dentro deste conceito, princípios éticos e morais são elementos
basilares para o exercício do sentimento patriótico.
Fugindo um
pouco da questão conceitual, entendo que ser patriota é conhecer o país em que
se vive. É saber, por exemplo, que o Brasil é um país de muitas desigualdades e
contrastes e que precisamos nos mobilizar para amenizá-las. Ser patriota é
lutar para diminuir a corrupção, o preconceito, o desmando, o analfabetismo e a
incompetência de nossos políticos.
Somos patriotas quando sabemos que as políticas
governamentais nem sempre objetivam o bem comum e, como apenas essa consciência
por si só não basta, adotamos postura e comportamento de quem quer ver isso
mudar. Criticar é importante; agir, muito mais. Isso é coerência.
Somos
patriotas quando reconhecemos nossas responsabilidades sociais e agimos em
conformidade com princípios éticos e morais. Também o somos quando
justificamos, a partir dos mesmos princípios, nossas ações na defesa do bem e
dos interesses de nossa comunidade.
Somos
patriotas quando, chamados a opinar, participar, agir, não omitimos nossas obrigações sociais e políticas.
É fácil ver
que patriotismo não tem muito a ver com futebol e Copa do Mundo. Tem a ver na mesma
medida em que o tem com outra atividade esportiva qualquer. O orgulho de ser
brasileiro, ao menos para mim, se materializa numa vitória da seleção de
futebol da mesma forma e medida que na de vôlei, ou que na vitória de um
judoca, de um saltador ou de um atleta olímpico brasileiro.
É o verde e amarelo que nos encandece a patriotismo; é
o hino nacional, a bandeira brasileira, a união dos torcedores e o coro em
uníssono. É quando nos emocionamos e choramos com isso tudo.
Dos legados da Copa, fiquemos com os mais significativos.