Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

sábado, 22 de janeiro de 2022

Os bancos querem nos enlouquecer? Ou não nos querem mais como clientes físicos?

 

   Como os amigos leitores já devem ter notado, ou sido “vítima”, assim, entre aspas, os bancos de uma forma geral estão racionalizando cada vez mais os serviços prestados, incentivando, induzindo ou fazendo com que seus clientes usem mais-e-mais os chamados “serviços on line” sob a justificativa de que “é mais fácil, mais prático, mais rápido, mais eficiente ou mais moderno”, afinal, tais serviços podem ser realizados de casa ou do trabalho. Muitos consumidores acreditam nisso e optam por esses serviços, e para eles deve ser mesmo mais indicado, claro; mas não é meu caso e aí, uma crítica, visto que já fui amistosamente criticado por uma bancária por não ter aderido aos serviços bancários on line: “mas tu, um professor e advogado, um cara estudado, inteligente e bonito ainda vindo ao banco para pagar boletos e fazer movimentações financeiras? Por que não adere ao programa “esvazie sua agência e faça o dono banco mais feliz?”. Minha resposta, em tom menos jocoso do que eu teria gostado foi: primeiro, por que eu não quero (sorrisos); segundo, por que eu tenho tempo para ir ao banco (mais sorrisos); terceiro, por que há muitos e muitos anos eu pago uma taxa de manutenção de conta, já sou meio sócio do banco (kkk); quarto, por que ainda sou reticente no uso de senhas e em movimentação de valores via internet, seja por insegurança minha ou descrença na segurança do sistema mesmo (aí quem sorriu foi a bancária). Na verdade eu queria ter dito que sou um bom pagador de impostos e taxas e não devo satisfação da minha vida, o que seria uma ótima resposta, porém, muito mal-educada, ahahahahah. Óbvio que eu não disse!

Quando os bancos não conseguem fazer o seu cliente optar, de forma espontânea, por esses serviços on line, que devem ser bons para as pessoas mesmo, mas é muito melhor para o banco, não se iludam, levam-no a ter que usar os caixas eletrônicos que, a cada momento, oferecem uma gama cada vez maior de serviços e operações.

Ocorre que alguns serviços nesses caixas eletrônicos se tornam complexos e isso causa dois tipos de transtornos para os consumidores (que pagam pela manutenção de suas contas nos bancos, explica-se, pois parece que às vezes o banco nos atende de graça...): um, é que aquelas pessoas mais xucras no trato com as máquinas, e aqui não temos demérito nenhum, precisam sempre de ajuda para realizarem o serviço pretendido; outro, é que, mesmo pessoas que dominam a técnica de usar o caixa eletrônico não conseguem realizar o serviço necessário, tendo então que ir ao atendimento pelo caixa físico, ou seja investindo mais de seu tempo, e enfrentando, às vezes, duas ou três filas. É o que ocorre, por exemplo, com o pagamento de boletos através de código de barras: é muito comum que a máquina não consiga ler o código de barras impresso no boleto, aparecendo a mensagem “tempo esgotado e prepare-se para digitar o código”: o consumidor tem que digitar o referido código numa sequência que, a princípio, tem até quarenta e oito números. Quem já passou por isso sabe não ser tarefa das mais fáceis. Faça o teste ai amigo leitor, tente digitar em uma calculadora ou no seu celular o seguinte número, como se fosse um código de barras impresso em um boleto que deverá ser pago no dia, sob pena de multa e juros: 564987231147852369951487263024062300857912253584. Difícil, né? Agora tente esse outro: 989600000005856000000003658000000457826000045000. Mais difícil ainda, pois essa grande quantidade de zeros embaralha os olhos e confunde a mente...

Mais! Não é raro que os números referentes ao código de barras no documento sejam a menos do que os espaços disponíveis a serem preenchidos na máquina. A pessoa digita todo o código e a máquina fica ali, com um, dois ou três espaços faltando e o cursor piscando... Fazer o que então, antes que apareça a mensagem “tempo esgotado”: apertar o enter e ver a mensagem de “número de código de barras incorreto, prepare-se para digitar novamente” ou “boleto inválido, procure a agência emissora”? Ou completar os espaços faltantes com zeros e ver uma prestação de R$ 160,00 passar para R$ 1.600,00 ou até R$ 16.000,00? A alternativa então, como eu disse, é ir, depois de toda façanha no caixa eletrônico, ao caixa físico. Mas às vezes nem isso facilita a vida do consumidor.

Este causo que descrevo abaixo ocorreu numa agência bancária que, por óbvio, não vou identificar, pois acredito ser um caso pontual e na maioria das vezes anteriores em que precisei dos serviços bancários fui muito bem atendido.

O cidadão cria coragem e vai ao banco pagar um boleto no caixa eletrônico; para variar a máquina não lê o código (tempo esgotado) e o cidadão se prepara para digitar aquela bela sequência numérica. Digita uma vez e o código está incorreto; digita uma segunda vez e faltam números (espaços e cursor piscando); digita novamente e o código está incorreto ou o boleto é inválido... Vai então para o caixa interno da agência para ser atendido por uma pessoa. Chega no caixa e não tem ninguém para atendê-lo; espera um pouco e não aparece ninguém; espera mais um pouco e continua sem ser atendido; continua esperando e, para passar o tempo, olha o watss, atualiza as mensagens, envia mensagens, recebe mensagens; continua esperado e nada; espera mais um pouco e aproveita para ler todas as informações contidas no boleto; e nada! Cansado de esperar, vai embora.

Durante o período em que esperei para ser atendido, nos três guichês de atendimento pessoal estavam trabalhadores do banco, mas nenhum atendendo ninguém; estavam trabalhando, claro, mas não atendendo gente. Fiquei com a nítida impressão de que quando eu fui embora apenas os guardas tenham me visto entrar e sair do banco, nenhum dos demais: acredito que se tivessem me visto ao menos me diriam para esperar um pouco, ou que o atendimento iria demorar, ou que, apesar de serem 10:45h, a pessoa responsável pelo caixa estava almoçando e voltaria em trinta minutos (como já ocorreu comigo anteriormente), ou me ofereceriam um cafezinho enquanto aguardava... Mas nada. Nadica. Ninguém me olhou; ninguém me disse nada!

O que incomodou não foi esperar, afinal, se tem uma coisa que professores e advogados aprendem na vida é que esperar faz parte do processo. Fiquei ali, plantado como uma coluna de mármore no templo (já que a tv está reprisando a novela dos árabes, kkk) sem se quer ser notado. Poderiam até ter pedido para eu atravessar a rua e fazer uma visita na Igreja enquanto aguardava, ou oferecido um cafezinho, mas ao não me darem a menor atenção ou uma reles satisfação quando à necessidade de esperar, o que eu faria de bom grado, acabaram por causar um enorme incômodo, pois como consumidor, ou melhor, como todo e qualquer consumidor, merece-se um mínimo de atenção, certo? Voltei noutro dia, mundo de muuita paciência fui na máquina, e fui testando completar o código de números até dar certo. E deu, depois de umas quatro tentativas. Ufa, boleto pago em dia!


          Acredito que eu não tenha sido o único a passar por situação semelhante, certo? Mande aí seu causo ou sua situação constrangedora ocorrida em agências bancárias. Vamos rir juntos!!!

sábado, 8 de janeiro de 2022

Eu ia fazer uma conta no Face...

         Uma das mais interessantes tradições desse período de “virada de ano” é fazer planos para o ano que está começando. Nesse sentido, como muitos que estão me lendo também fiz os meus e hoje, passada uma semana do início de 2022, fazendo uma avaliação das coisas a que me dispus para curto prazo, pois costumo estabelecer meus planos em curto prazo, trinta ou sessenta dias, médio prazo, três ou quatro meses, e longo prazo, até meio ano, uma me chamou a atenção e eu quero comentar com os amigos leitores: vou criar uma conta de face book. Chega de ser tratado como um alienígena quando as pessoas ficam sabendo que eu não tenho face; chega de ser olhado com espanto, de ter que dar explicações, listar justificativas infundadas, de ser tido como um pária das redes sociais, sinônimo de atraso e de ignorância. Vou para o face então.

       Porém, e sempre há poréns, a partir de minha interpretação sobre como eu vejo o face book e a disposição das pessoas que nele se relacionam, isso quando eu frequentava a rede pela conta da escola ou pelas da família, resolvi fazer um texto contemplando uma lista de assuntos que eu não gostaria de ver na minha página. Essa lista seria encaminhada a todas as pessoas que “me solicitassem amizade”.

Primeira coisa, que chega a ser óbvia: não quero nada que diga respeito a Bolsonaro e Lula. Primeiro, por que já tenho minhas convicções plenamente formadas, como o amigo leitor bem sabe, depois, por que nesse tempo de intransigências os ignóbeis de plantão, com sua disposição policialesca, costumam sempre polarizar, visto que para eles, se tu critica um, necessariamente tu tens que ser apoiador do outro, o que não é verdade. Então será assim, sem bolsomígnions e sem pretralhas. Nada de falar do messias reacionário e do molusco cara-de-pau.

Por uma questão de lógica, também não quererei receber postagens referentes a política partidária e políticos, pois como eu já disse, não são os políticos que me escolhem, sou eu quem os escolhe; então, não preciso deles tomando meu precioso tempo de laser. Ao menos por enquanto é assim. Isso sem falar que é do meu bolso que sai parte dos subsídios que eles recebem para exercer seus mandatos nem sempre de forma satisfatória. Não dá pra misturar as coisas, certo?

Piadas sexistas, racistas, preconceituosas não serão admitidas, pois para mim há tempo os negros deixaram de ser diferentes ou inferiores por causa da cor de sua pele, a loiras e os portugueses deixaram de ser burros, questionar a sexualidade de um homem ou de uma mulher deixou de ser xingamento ou motivo de gozação e brincadeiras.

Ainda na esteira dos assuntos políticos, não serão aceitas mensagens que questionem a eficiência e a eficácia da vacinação, seja contra o COVID e suas variantes, seja contra o H3N2 ou qualquer outra doença. Se no dia-a-dia o obscurantismo e a ignorância podem ser alardeadas aos quatro ventos, às vezes até como virtude, na minha rede social não! Negar a vacina não é exercício da liberdade de escolha, pelo contrário, é irresponsabilidade com o social e o coletivo e cristalina demonstração de falta de inteligência.

Excluirei das minhas relações facebookistas (palavra que eu nem sei se existe...) aquelas pessoas que repassarem notícias notadamente fakes, de fácil comprovação, pois isso é um desfavor à sociedade, contribuindo sobremaneira para aumentar o caos de informação e desinformação que vivemos. O mesmo vale para aqueles que repassarem “superpromoções” de distribuição de prêmios ou brindes grátis, pois como é sabido, não existe almoço grátis e é justamente nesses superpromoções que se escondem os golpes. E como tem gente que cai. Cai não, se atira. Por favor, vanserrespeitá?

Também não repassarei postagens de autoajuda, pois se é autoajuda, não precisa dos outros, certo? Da mesma forma correntes de orações daquelas em que o emitente solicita que “não quebre a corrente”, “mande para mim também” ou “passe para mais doze pessoas sob pena de te acontecer algo muito grave...” E ainda justificam: doze são os apóstolos, os meses do ano, o número de ovos na caixinha de uma dúzia... A corrente vai quebrar.

Não curtirei ainda aquelas pessoas que ficam mandando indiretas, recadinhos, avisinhos, subentendendo insinuações, dando respostinhas, pois que, covardes para uma conversa tete-a-tete, escondem sua frustração atrás do anonimato do destinatário da mensagem. Que coisa feia...

Outra situação que me deixa muito constrangido é aquela de pessoas que terminam seus relacionamentos afetivos, casamentos ou não, independentemente de causa ou responsabilidade, e no dia seguinte já estão postando coisas supernovas da nova vida de supernovo solteiro ou de um supernovo relacionamento. E a família? E o histórico? E o respeito recíproco? Um conhecido se separou na segunda, na quarta já postou fotos nas baladas e no agito da noite, e no sábado já fez circular imagens com o novo amor, o amor verdadeiro, a pessoa ideal, a cara-metade, aquela que o completa... Me poupe, se poupe, nos poupe!

Também não quererei imagens de crimes, de acidentes, de gente morta ou esgualepada, maltrato a pessoas e animais. O mundo já está cheio de coisas muito ruins para a gente perder tempo com coisas muito piores. Vão carpir uma verga, ok?

Em contrapartida, poderemos postar coisas relacionadas a futebol. Desde que sejam feitas de forma respeitosa, pois até a flauta é bem vinda quando feita de forma elegante e inteligente sem buscar ofender ou agredir os rivais, como muito se tem visto por aí, combinado?

Dito tudo isso e analisado de forma criteriosa essa sumária lista de assuntos que serão proibidos no meu face, lista que não se esgota, pelo contrário, é muito mais ampla, cheguei ao final concluindo de forma singela que estou muito metido na vida das pessoas. Se elas querem falar de Bolsonaro, de Lula e de políticos, se querem fazer piadas grotescas ou criminosas, deixando transparecer seus preconceitos, se querem propagar a ignorância e a bestialidade, ou desejam apenas curtir uma dor na cabeça de galhada, postar coisas bisonhas ou aberrações, quem sou eu para discriminá-las? Que direito tenho eu de fazer isso? Cada um posta o que quer e aquilo com o qual se identifica e que arque com as consequências de suas postagens, certo?

                    É por esse motivo, então, que decidi agora que não vou mais fazer uma conta de face book: a uma, por que certamente terei muitos poucos amigos e conversarei com muito poucas pessoas, talvez até sozinho; a duas, por que ao criterizar as pessoas com as quais me relacionarei estarei criando mais problemas do que prazeres nas redes sociais, o que penso ser indevido. Penso, então, por correto, que continuarei a ser um alienígena, um pária das redes sociais, alguém que é olhado com estranheza e incredulidade toda vez que diz que não tem face. Acredito que com isso o mínimo que tenho a ganhar é o de economizar minha beleza e minha paciência, certo? Ou não?