Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Dia do Professor

 

         Das muitas homenagens que recebi ao logo de quase quarenta anos dedicados ao magistério, uma em especial ficou guardada na memória pela emoção que suscita. É um pequeno texto que muito ilustra o compromisso do professor, do educador, não apenas o da sala de aula, mas o da vida, pois que serve também para a educação de nossos filhos. Compartilho com os amigos leitores, nesta data tão magnânima e de importância superlativa. Se alguém souber o autor do texto, por favor me indique, pois que o tenho guardado em uma folha de caderno da época em que me despedi da escola de Porto Alegre ao vir para o Vale Verde e com o qual fui homenageado, há mais de dezenove anos. Lá vai:

“Ensinarás a voar, mas não voarão o teu voo;

ensinarás a sonhar, mas não sonharão o teu sonho;

ensinarás a viver, mas não viverão a tua vida;

ensinarás a chorar, mas não chorarão o teu choro;

ensinarás a sorrir, mas não sorrirão apenas teu sorriso;

ensinarás a cantar, mas não cantarão a tua canção;

ensinarás a pensar, mas não pensarão como tu.

Porém, saberás que cada vez que voem, sonhem, vivam, chorem, sorriam, cantem e pensem, estará a semente do caminho ensinado e aprendido”.

Clap, clap, clap clap = aplusos!!!!! Magnífico!

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Da minha ignorância famigerada e a necessidade constante de satisfazer tamanho apetite insaciável

            A ignorância da gente é uma coisa espetacular. Está sempre disposta a se fazer presente em nossa singela vida e veementemente dá mostras que, por mais que estudemos, que pesquisemos, que exerçamos o senso crítico e a consciência crítica, nada sabemos, pelo contrário, sabemos muito pouco e cada vez menos, se é que sabemos mesmo de algo. É bem o que disse o filósofo grego Sócrates, conhecido como “o homem que perguntava”: “só sei que nada sei”.

Minha ignorância às vezes se faz tão grande, tão presente, que parece ser quase que uma entidade física que me acompanha diariamente. Noutras vezes ela se esconde, hiberna, eclipsa diante do conhecimento, de um conhecimento, dando-me a superficial impressão de que se foi embora, ao menos sobre um ou outro assunto. Ledo engano! Eis aí sensação ou sentimento fugaz, pois basta um descuido e ela grita, lá do fundo da sala “presente fessor!” e voltamos a compartilhar o mesmo corpo, no mesmo tempo e no mesmo espaço.

Não raro minha ignorância é igual ao animal de estimação do Mano Lima, a cadela Baia, pois muitas meses me ajuda, mas noutras vezes me “atrapaia”, ahahahahahah. Isso é parte do ser humano, e acredito mesmo que se chagamos até este momento de nossa evolução, em uma caminhada que recém está no início, deve-se muito a ela, inclusive nossa própria sobrevivência. É na busca por alimentar a fome de conhecimento, e o conhecimento é o principal alimento da ignorância, que o progresso se faz.

Semana passada alimentei um pouco a minha ignorância.

Em uma contenda judicial descobri que existe uma categoria de pessoas no Brasil, distribuídas numa determinada faixa etária, que são caracterizados como os “super-idosos”. Isso mesmo amigo leitor, na população de idade mais avançada existem os idosos e existem os super-idosos.

Quando eu pensei que fosse apenas um exercício de semântica de meu interlocutor, fui pesquisar e descobri que não só existem descrições para a expressão super-idoso, como suporte legal para tal definição.

Idoso é o indivíduo que tem mais de sessenta anos (ano que vem este colunista já entra para as estatísticas, sempre elas, como tal, com direito a carteirinha e tudo). Nesse sentido, em face desta idade, os indivíduos possuem alguns “privilégios” e algumas prioridades diante de pessoas mais novas. O super-idoso, por sua vez, é o indivíduo que tem mais de oitenta anos e que em razão da idade, mais avançada em relação aos demais idosos de sessenta anos, necessitam de mais prioridades ou das chamadas “prioridades especiais”. Consultando do Dr. Google, aquele que de tudo sabe e de tudo vê, mas que não sabe e não vê tudo, pois que também ignorante, se observa que os super-idosos possuem algumas características muito particulares: não apresentam doenças incapacitantes nem comprometimento clínico físico ou mental, gozam de uma relativa qualidade de vida (seja lá o que isso significar), tem autonomia de locomoção, de alimentação e de tomada de decisões pessoais, independem financeiramente de filhos, netos ou programas públicos assistenciais, etc. Um dos conceitos que encontrei diz que “são chamados de super-idosos pessoas com 80 anos ou mais que, diante de um teste cognitivo, apresentam um desempenho igual ou superior ao de pessoas na faixa de 50 a 60 anos. Além disso, são consideradas saudáveis por não apresentarem doenças crônicas e não utilizarem medicamento” (nutritotal.com.br). Conheço vários super-idosos; a rainha Elizabeth III, recém finada, era uma super-idosa; minha família, longeva por natureza, teve muitos super-idosos, e eis que meus pais ainda o são. 

Foi uma boa aprendizagem já que diz respeito a nossa realidade imediata e sei que muita gente desconhece isso. E anote aí amigo leitor: estamos nos encaminhando a passos largos para lá. Alimentei um pouco minha ignorância. Mas só um pouco...