Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

segunda-feira, 22 de maio de 2017

"Preteou o olho da gateada..."

Resultado de imagem para preteou o olho da gateada          Alguém aí ficou surpreso com as bombásticas revelações desta semana envolvendo o presidente (assim, com letra minúscula) de nossa amarfalhada República?
                A propósito, a publicação do envolvimento do presidente para cooptar o silêncio de um dos facínoras presos na operação Lava-Jato pode ser caracterizada como bombástica?
         Reitero a pergunta: alguém aí ficou surpreso com as revelações envolvendo o Temer? Mais: alguém aí imaginava que ele não estivesse envolvido nas falcatruas políticas que têm vindo à tona nos últimos tempos? Alguém aí acreditava, realmente, que ele, e só ele, era inocente, mais inocente que todos os demais? Hein? Hã? Mais ainda: alguém aí acredita no Coelhinho da Páscoa? E na cegonha?  E no Boi da Cara Preta? No Saci Pererê, acreditam? Alguém aí já viu os dentes da galinha? E as pernas da cobra? E cabelo em ovo? E chifre em cabeça de mula? Não viram nada disso? Então, amigo leitor, não tem como acreditar, minimamente que seja, na inocência de nosso presidente. Não tem nem como ficar surpreso. Dado ao tamanho e alcance das falcatruas, o envolvimento de nosso mandatário maior era uma questão de tempo. Essas denúncias apenas confirmaram o que já se sabia.
                Pelo que li, um dos ministros de Temer saiu em sua defesa dizendo que o presidente estava na reunião em que o empresário ofereceu dinheiro ao Cunha mas não se manifestou, nem que concordava, nem que discordava com a oferta. Outro disse que o dinheiro oferecido era uma prova de solidariedade... Tão de “brinqueixam uit mi”? Deve estar escrito em letras garrafais e com neon rosa choque na minha testa: IDIOTA!
                Mas, pelo simples prazer da dialética, vamos supor que fosse verdade que ele só tenha presenciado a conversa. Vamos só supor. Não opinou, não concordou ou aprovou; só ouviu. Ainda sim está comprometido.
                Só o fato de Temer ter presenciado a conversa já o torna culpado, pois na qualidade de servidor público, e é isso que ele é, como presidente da República, ele deveria ter tomado as devidas providências para responsabilizar os envolvidos, afinal, um dos princípios constitucionais que caracterizam a administração pública é o da moralidade. Saber de uma falcatrua e não tomar as providências necessárias para combatê-la é, no mínimo, imoral. Se não for ilegal.
                Neste caso ainda existe um agravante: a existência de gravações entre os envolvidos. Não é delação, argumentação, declaração, suposição, informação; não se usou apelido, alcunha ou pseudônimo; quiçá é apenas um indício. É uma gravação e, a se confirmar, é prova cabal, terminativa, conclusiva, e sabe-se, como princípio do direito, que contra os fatos não há argumentos...
                Fiquemos na expectativa. Até por que, a partir de agora quanto mais mexe, mais fede...
                  O Temer tem o que temer?

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Pedal & História 1

            Sábado 06/5, a manhã outonal, que se apresentava primaveril, estava extremamente convidativa para um pedal.
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Igreja de Santo Amaro - General Câmara - RS
        Com temperatura amena, após o clássico café na Pousada do Alemão, partimos de Vale Verde - RS, de carro, para nosso “pedal histórico”. Visitaríamos duas localidades de colonização portuguesa – açoriana, cujos centros históricos tinham uma arquitetura em comum: Santo Amaro do Sul, em General Câmara, e Triunfo. Além de outros atrativos.
Hora da saída...

             O ponto de saída do pedal foi Santo Amaro do Sul. Na chegada fomos recepcionados de forma muito afável pela proprietária da Pousada e Restaurante Coqueiro, local onde deixaríamos nossos carros e, no retorno, faríamos nosso almoço.
            Passando pelo centro histórico de Santo Amaro, igreja e casario de arquitetura colonial, partimos em direção a General Câmara, pedal de uns 15 km.
            Em General Câmara passamos pelo centro da cidade e em frente ao Arsenal de Guerra do Exército Brasileiro. 
GA1 e rio Taquari
  Fomos até a margem do rio Taquari (antes de sua emancipação, General Câmara se chamava Margem), onde pudemos observar o prédio chamado de GA1, que era depósito do Arsenal de Guerra, construídos com enormes blocos de pedras. Partimos, então, em direção ao Barreto, um distrito de Triunfo, num pedal de uns 10 km.
            Para chegarmos ao Barreto tivemos que atravessar o rio Taquari em uma pequena balsa, tendo ao fundo uma enorme ponte de ferro. Conta a história que após a inauguração daquela ponte o engenheiro, constatando que havia uma falha de alguns poucos centímetros num dos pilares de sustentação e diante da expectativa de queda da ponte na primeira passagem de trem, acabou por se enforcar. Por mais de 60 anos a ponte se manteve lá, firme e forte. Na década de oitenta foram construídos pilares secundários...
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Igreja de Triunfo - RS
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Arsenal de Guerra de General Câmara - RS
         Feita a travessia, fomos para Triunfo, há uns 9 km de Barreto, uma cidade que, em face de possuir o Polo Petroquímico, mostra muito claramente os efeitos do progresso que vem com a arrecadação. Passamos pelo centro histórico, muito semelhante ao de Santo Amaro, onde nos deparamos com numeroso grupo de alunos de arquitetura da PUC-PoA-RS fazendo sua expedição de campo para estudar a arquitetura de colonização.
            Próximo passo, São Jerônimo, do outro lado do rio Jacuí. 
           Mais uma vez fomos para uma balsa, essa grande, afinal é a única ligação entre as duas cidades.
Balsa do Taquari com a Ponte da Tragédia
Do outro lado do rio pedalamos pela margem urbanizada do Jacuí até a chamada “prainha”, em frente à Ilha das Flores, no centro, para ver o exato ponto em que o rio Taquari deságua no Jacuí. Passamos, depois, pelo centro de São Jerônimo. Restava agora, começar o retorno.
            De São Jerônimo a General Câmara são aproximados 11 km, trajeto no qual passamos pela Usina Termelétrica de São Jerônimo e pela ponte de ligação das duas cidades, sobre o rio Jacuí. De cima da ponte pode-se vislumbrar a vila do Porto do Conde, em São Jerônimo, e a Praia da Cachoeirinha, ponto turístico de General Câmara.
            Uns 15 km depois chegávamos, de volta, a Santo Amaro do Sul para uma visitação na Eclusa de Santo Amaro, obra que permite a navegabilidade do Jacuí e a superação de seus aproximados dois metros de desnível, e, encerrando nosso ciclo-turismo histórico, nos dedicarmos a um tradicional almoço a base de peixes, servido, com muita atenção, no restaurante Coqueiro.
Eclusa de Santo Amaro
           Para nossa surpresa, o grupo de alunos da PUC que encontramos em Triunfo também chegou a Santo Amaro. A identificação foi recíproca e ambos os grupos gostaram de se reencontrar: nós, com nossas bikes e vestuário característicos; eles com suas planilhas, máquinas fotográficas, tablets e notebooks.
            Talvez meus companheiros de pedal tenham sido importunados por minhas aulas de história e geografia do baixo Taquari e Região Carbonífera; talvez a volúpia e a disposição dialógica da proprietária do restaurante Coqueiro tenha nos assustado ou intimidado um pouco; mas com certeza foram ótimos 70 km de pedal, numa proposta muito interessante, que fez valer a pena cada quilômetro pedalado.
         Pedalaram comigo Gabriel Camisa Apertada, João Gabriel Quase Cai, João Lúcio Pedra Pomes Passou Mal, Leandro Mano Hidrata Muito e Nelson Rock and Roll Salvador de Tartarugas...  
Salve a natureza
ajudando a tartaruga a atravessar o asfalto...
Hora de reidratar e abastecer
GA1 e sua estrutura de pedra
O Alemão, sempre disposto para o café da madrugada
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Ponte do Barreto - Gen Câmara - Triunfo - RS
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Ao fundo, Usina Termelétrica de São Jerônimo - RS