Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Pessimismo, desilusão ou conhecimento de causa?


         Sou descrente em transformações sinificativas na educação brasileira!
A curto prazo, claro, entendendo-se, por isso, oito ou dez anos. E transformações significativas mesmo; quantitativas e qualitativas. A médio/longo prazo, dez a quinze anos, no mínimo, talvez. Talvez! Mas a curto prazo, não. Apesar de que a curto prazo não se faz nada em educação.
Sou descrente porque parto do princípio que qualquer transformação qualitativa em educação passa, a priori, pela mudança da mentalidade do professor e sei que não estamos nos preparando para essas mudanças. Muitos de nós nem as estão querendo. Não o querer por querer, mas o querer efetivo, o querer de lançar mão de todo o esforço para alcançá-la. Não estamos conseguindo superar nossos paradigmas, nossos atrasos e nossos preconceitos.
Existem duas formas de nós professores sermos instrumentos de mudança na educação. Uma é através de nossa experiência, ou melhor, repensando nossa experiência e buscando identificar aquelas características que precisam ser mudadas, revistas ou melhoradas.  Só que somos incompetentes para fazer isso. Estamos nos mostrando incompetentes para fazer isso. Continuamos iguais ao que sempre fomos. Continuamos dando aulas e avaliando, não só como fizemos a vida profissional toda, mas como recebíamos as aulas e como éramos avaliados quando éramos alunos. Apesar das mudanças no mundo, das novas tecnologias, dos novos alunos e seus estímulos diferenciados, continuamos, via de regra, como antes. As poucas mudanças que se observam em nossas práticas, acenam muito pouco para uma transformação realmente significativa na educação de uma forma geral. 
Outra forma de mudança é através do estudo. O estudo de nossas disciplinas de exercício profissional, claro. Mas não só. Muito mais o estudo das teorias e dos teóricos da educação, suas ideias, suas propostas, seus métodos e metodologias. E isso não se faz aos poucos ou em conta-gotas. É estudo em qualidade e quantidade. Volumoso. Metódico.  Cotidiano. Esta é, sem dúvida, a melhor forma de superarmos nossas incompetências. Nossa praxis profissional tem que ser sustentada por teorias educacionais significativas. Mas nós não fazemos isso. Não mesmo. E ainda têm uns que dizem "por que fazer se eu não vou ganhar mais por isso?". Pofissional bom é profissional bom em qualquer condição. E sobre qualquer salário ou vencimento. Que se vá lutar por melhores condições financeiras de trabalho, mas não se use isso como justificativa para a falta de estudo.
Sou descrente em transformações significativas a curto prazo. Prefiro pensar em progresso. E não são sinônimos. 
Sou descrente por que vejo professores fugindo da sala de aula, arrumando subterfúgios para diminuir seu mister que, sei por experiência, é extremamente pesado. Sou descrente por que vejo colegas trabalhando sessenta horas semanais para ter uma vida financeira minimamente digna e sei, também por experiência, que não existe aula de qualidade numa condição dessas.  Sou descrente por que nos vejo como uma classe pouco interessada ou preocupada com as condições físicas, materiais e pedagógicas de nossa escola, como se essa preocupação fosse exclusiva das equipes diretivas que, sabemos, nem sempre dominam todos os elos da corrente gestora da mesma; e quando têm a preocupação não fazem nada, não tomam nenhuma iniciativa para contornar as deficiências existentes. Sou descrente na medida em que vejo que nossa classe profissional não muito ageita à critica ou à cobrança, como se isso fosse uma questão de agressão pessoal e não de busca por melhoras no ambiente escolar, além, claro, de instrumento de qualificação profissional. Sou descrente pois nos vejo como uma categoria profissional que frequenta cursos, busca habilitação, mas que esses nem sempre se mostram significativos, não representando qualificação profissional, muito pelo contrário, pois não raro se ouve expressões do tipo "só estou fazendo isso para ganhar um diploma ou certificado". Aí é brabo. E via de regra é assim: estudam por obrigação; vão à palestras e saem mais cedo, ou não prestam atenção; frequentam cursos mas não conseguem vê-los como instrumento de mudança.
Da mesma forma sou descrente por que vejo as universidades lançando no mercado professores tremendamente despreparados e muitas vezes não só conservadores em termos de mudanças como retrógrados. Alguns até reacionários. Os que eram para ser arautos das mudanças são seus algozes.
Sou descrente, também, por que vejo a mantenedora sem uma proposta material de mudança, desenvolvendo a política do "vamos indo para ver onde se chega", e aí, amigo leitor, é como eu sempre digo, de onde menos se espera que as coisas venham, dali é que não vem nada mesmo. 
Sou descrente quando vejo o governo do estado, tão preocupado com mudanças em educação, dizendo que não vai cumprir a lei que estabelece o piso salarial dos professores. Que legitimidade tem para exigir que os professores cumpram com suas obrigações? Que legitimidade tem para exigir que os professores se empenhem em mudanças realmente significativas?
Sou descrente por um monte de outras coisas...

PS: parece que agora o governo do estado vai pagar aos professores o Piso Salarial Nacional. Vamos ver em que condições....

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Audax Caminhada 25 km - Novos Cabrais

           Participei dia 14 de abril de uma Caminhada Audax de 25 km na cidade de Novos Cabrais, RS. Era uma atividade que fazia parte das comemorações de aniversário da cidade.
Destaque desta caminhada a companhia constante de um persistente chuvisqueiro. Às vezes chuva mesmo.
Não foi a primeira vez que participei de uma caminhada longa, com tempo predeterminado. No entanto a chuva ao mesmo tempo que tornava a caminhada um pouco mais exigente, torvava-a mais atraente, instigante, desafiadora.
Mesmo com relativa experiência em caminhadas sempre há o que aprender e nesta oportunidade não foi diferente.
Sabia que estaria chovendo, até por que a previsão do tempo era acompanhada diariamente na semana anterior à caminhada (o que aqueceu as discussões no nosso grupo de atletas e fez alguns, temerosos do dilúvio que se expeculava que ocorreria, desistirem da empreitada). Isso exigiria, então, um pouco mais de atenção no planejamento.
Meias apropriadas e de ótima qualidade além de um calçado minimamente adequado (e já suficientemente “domado”) seriam indispensáveis. Era o "basicão". No meu caso esses itens fizeram uma boa diferença na chegada (pés quentes, secos e confortáveis). Roupas leves também eram indicadas, apesar de que, nesse caso, 25 km é uma distância relativamente curta. Nada de muito “profissional”, então. Tac-tel, micro-tel, tecidos dry seriam suficientes. E foram. Molharam mas não pesaram. E garantiram a temperatura corporal. A capa de chuva, bem, esse foi um capítulo à parte.
A escolha da capa de chuva dependeria do tipo de chuva que enfrentaríamos: suave, intensa, torrencial, com vento, sem, etc.. Dependia, também, da temperatura ambiente. Optei por uma capinha comprida até as canelas, de “matéria plástica”, daquelas bem “levinhas” que costumo usar quando vou ao Gigante da Beira-rio assistir a super-máquina alvi-rubra (em dia de chuva, claro!). Quase descartável. Para o fim a que se destinava mostrou-se perfeita. Mas, se era impermeável de fora para dentro, também o era de dentro para fora (agora parece óbvio, não?), e aí o suor do esforço de caminhada acabou por me encharcar. Como disse, ao menos me mantive aquecido...
Mas a grande aprendizagem foi com a mochila de alimentação-hidratação ou de hidratação-alimentação.
Eu usava uma mochila do tipo camel-bag, com reservatório de água e uma mangueirinha, para beber água sem parar ou ter que tirar a mochila das costas. Como estava chovendo, objetivando manter a mochila e os lanches no seco pus a capa de chuva por cima da mesma. Aí eu vi que não foi o ideal.
Se beber sem tirar a mochila das costas era possível, comer não era. E aí a coisa complicou...
Quando se caminha a seis quilômetros por hora, durante cinco horas, qualquer parada de dez minutos representa um atraso no planejamento ou o afastamento do pelotão de caminhantes, o que exigirá um bom esforço para alcançá-los (pude comprovar isso quando parei cinco minutos para “aguar as folhagens” e, sem querer correr ou acelerar demais o passo, levei quase dez para me integrar novamente). Já pensou, então, parar, levantar a capa (que não possuía botões) até o pescoço (e se molhar todo), tirar a mochila, pegar o alimento (descascar, desenrolar, abrir), comer e fazer o procedimento inverso? Optei por comer somente na parada planejada (no meio da caminhada, lá pelo quilômetro treze). O problema foi que, com o suor abundante, a energia começou a escassear, a taxa de glicose baixou e somente água não servia de repositor energético. A salvação da lavoura foi um pé de caqui no meio do parque Witeck...Me senti um bugio agarrado naquela árvore. Mas foi o suficiente para chegar ao ponto de parada.
Após a “parada principal”, alimentado e hidratado, tudo correu (caminhou) conforme o planejado, chegando-se ao termo dentro das melhores expectativas.
Foi uma ótima atividade. Diversão, descontração, exercício físico... E como sempre tudo muito bem organizado pelo Senhor Luiz Faccin Caminhante, chefe supremo das forças caminhantes de Santa Cruz do Sul, Vale do Rio Pardo e adjacências.
            Outras impressões conto outra hora.
            A propósito, aí vem os 50, 75 e 100 km!
            Não sei não...não sei não...



sexta-feira, 13 de abril de 2012

Não creio em bruxas, mas...


         Manchete do jornal:
 "Demóstenes vai ao Senado e diz que vai provar sua inocência".
         E vai provar também a existêcia do Coelhinho da Páscoa, do Papai Noel, da Cegonha (entregando bebê), do Saci Pererê, do disco voador...


         E o pior é que não vai faltar quem acredite em suas (impossíveis) explicações...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Páscoa, chocolate e obesidade...


         Estava na fila do supermercado. Ao lado, um expositor de revistas com treze revistas diferentes. Como a espera ia ser longa, comecei a ler as capas das revistas: "Nova dieta do abacate", "Perdeu quinze quilos em uma semana", "abobrinha e beterraba para emagrecer", "perca peso sem esforço", "coma de tudo e não engorde", "vida saudável sem se privar de nada", "emagreça dormindo", "a nova semente do emagrecimento", "o chá milagroso dos Astecas", "tenha o corpo da Miss Brasil em trinta dias", etc. De treze revistas, nove traziam estampadas em suas capas sugestões de como emagrecer ou não engordar. Sem esforço, sem sacrifício, sem privação.
Comecei a me perguntar como é que tem gente que acredita nesse tipo de informação. Como é que tem gente que acredita em milagres ou fórmulas mágicas para perder peso (e para muitas outras coisas)? Como é que tem gente que se submete às mais suspeitas dietas, para buscar uma "forma ideal", seja lá o que isso for?
Como já estava cansado e irritado após trinta minutos de espera, comentei em alto tom: não precisa nada disso! É só fechar a boca e passar a comer que nem gente, e não que nem bicho. Assim não engorda!
Uma senhora que estava à minha frente virou-se e disse  "_é isso mesmo, chega de mentiras, pois isso é só pra vender revista". Ato contínuo devolveu uma revista na prateleira.
         ...
Quem é que não vai se empanturrar de chocolate nos próximos dias? Quem? Os gordos certamente. Os magros também. Os doentes talvez não.
Façamos isso, se empanturrar, então, mas sem peso na consiência, sem vergonha ou sem arrependimento, afinal, temos o livre arbítrio. Ninguém é obrigado a devorar todo chocolate que encontrar.
Só não podemos esquecer que não existe mágica. Nem pó de pirlimpimpim. Que se engane quem quiser, pois a culpa nunca será da balança. Quem não quiser engordar que feche a boca. Bem fechado! Ou então vá comprar aquela revista que traz estampado em sua página "perca peso respirando". Talvez assim o chocolate não contribua com sua obesidade.
         ...
Não existe sucesso sem sacrifício. E Cristo é nosso maior exemplo