Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Fim de Ano

         Tenho a impressão que todo início de ano se parece muito com uma segunda-feira.
         É como se fosse uma grande segunda-feira: é recomeço, é marco zero para uma série de propostas e iniciativas que deverão, ao longo da semana, do ano, ser desempenhadas.
         É promessa de regime, de economia, de saldar as dívidas, de fazer exercícios físicos, de cuidar mais de si, de fazer um chek-up, de estudar mais, de aprender uma língua, de viajar, de organizar a garagem, a despensa ou o "quarto da bagunça", e por aí vai. Sempre tem algo que se está precisando fazer e que vai sendo adiado, postergado para "quando der". "No início do ano que vem eu faço...". E o ano que vem chega, como tantos outros, vira ano passado, como tantos outros, e nada! Constante, apenas, as promessas.
         Outra semelhança entre a segunda-feira e o início do ano é a velocidade com que as coisas começam a acontecer: meio devagar, como se estivéssemos estudando os passos a serem dados ou como se estivéssemos nos recuperando dos excessos cometidos no final de semana, do ano. A coisa engrena mesmo lá por terça-feira, à tarde; ou lá por março, afinal é comum ouvirmos que o Brasil começa a andar somente depois do carnaval. É que somos uma país tropical, abençoado por Deus, e, nesta qualidade, janeiro e fevereiro, sob o domínio do rei verão e da rainha férias de verão, é de uma malemolência...
         Nesse sentido, os últimos dias do ano muito se assemelham aos finais de semana. Nesses, temos festas, comemorações ou simplesmente jantares e almoços mais abundantes, em qualidade e quantidade. Inclusive nas bebidas. São raros os finais de semana em que não se saboreia um lauto churras(co) ou um prato mais elaborado; nem que não se toma umas biritas a mais. Naqueles, são festas de despedidas, formaturas, jantares com amigos, encerramentos de anos e as próprias festas de Natal e Ano Novo em que nos entregamos a uma rotina de comemorações e, tal qual glutões, cometemos, sem peso na consiência, ou nem tanto assim, o pecado da gula. Sem falar nos excessos de Baco ou Dionísio, como queiram, deus romano ou grego, como queiram, do vinho, da ebriedade e dos excessos. Devia ser, também, o deus da ressaca, afinal, naqueles tempos não havia engov, epocler, sal-de-fruta, sonrisol ou uma coca-cola bem gelada para a manhã seguinte...
         Outra grande semelhança entre o ano e a semana fica para o domingo, o primeiro dia da semana,  e o dia primeiro do ano, em especial no que diz respeito ao comedimento alimentar, até por que o excesso etílico (o grande excesso, aquele em que se acorda com um gosto de poncho guardado molhado na boca e um bafo de bacalhau velho) é um grande inibidor da fome, eh, eh, eh.
         Qual é o principal prato servido na refeição de domingo à noite? O mesmo servido no dia primeiro do ano: surobô. Surobô do meio dia, surobô de ontem; surobô do almoço e surobô da janta. Nada se perde; tudo se aproveita.
         Então, chega-se ao fim de ano como se chega ao fim de semana: rotina alterada, agitada, cheia de expectativas e eventos. E assim como se faz uma avaliação de nossa semana, do que fazemos e do que deixamos de fazer, traçando nossas metas para a semana seguinte, também o fazemos para o ano. Destacamos nossos acertos, nossos ganhos e vitórias. Repensamos nossos erros, nossas perdas e nossas derrotas. Traçamos metas, corrigimos rumos.
         E a vida segue seu curso. Dia após dia; ano após ano. Mesmo que em nosso ritmo de vida tenhamos a impressão de que os dias e os anos estão andando aos pulos. E quando isso acontece, vemos o tempo, o nosso tempo, escoando por entre nossos dedos, fugindo ao nosso domínio. Impossível de ser preso; impossível de ser segurado. Cada vez mais curto; cada vez mais rápido. Parece que não somos donos do nosso tempo.
         É por isso que desejo a todos meus amigos que tenham um ano, e uma vida, de muita paz, alegria e fraternidade, pois estas são as chaves da felicidade e a vida é muito curta para perdermos tempo com ódio, rancor e egoísmo.
         Ao fim e ao cabo é isso que todo ser humano quer: ser feliz. E o caminho para isso passa, necessariamente, pela virtude, pelos bons hábitos, pela ética, pela honestidade, pelo respeito a si próprio, aos outros e ao nosso meio, ao nosso mundo. Os que agem em sentido inverso, bem, estes são os únicos a quem podemos chamar de coitados...
         Feliz ano novo.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Uma bela história de Natal que circula pela rede

         Fazendo compras em um supermercado, um homem observava que cada vez que passava por uma velha senhora com seu carrinho de compras, esta lhe sorria, de forma muito meiga, amigável e carinhosa. Por diversas vezes se cruzaram e reiteradamente ela sorria e acenava com a cabeça.
         Num desse encontros a senhora pediu licença, se desculpou pela abordagem e disse:
"_ desculpe-me moço, mas não posso deixar de observar como o senhor é parecido com um filho meu, morto em acidadente de trânsito há alguns anos. A semelhança é muito grande e, confesso, cada vez que passo pelo senhor meu coração parece que vai disparar do corpo, tenho vontade de lhe dar um grande abraço. Posso?".
         O homem, um tanto constrangido, deu um sorriso, lamentou a morte do filho da velha senhora e deu-lhe um abraço. Perguntou se ela estava bem ou se precisava de alguma ajuda.
         "_ Estou bem, meio cansada da vida e do que ela nos apronta, mas estou bem. Não me recuperei totalmente da perda de meu filho, mas, é a vida..."
         E continuou
         "Não me leve a mal, meu rapaz, mas tu se importaria que, aqui no mercado, quando nos encontrarmos, eu te chame de 'meu filho'? É só para matar a saudade e aquecer um pouco este pobre coração, numa época de Natal que nos traz tantas lembranças... E se quiseres e não te importares, me chama também de mamãe..."
         Ainda meio constrangido, o homem, com um sorriso amarelo, concorda, afinal é época de Natal e qualquer caridade sempre é benvinda.
         E assim foi. No corredor da padaria: "_ olá meu filho..."; "_olá mamãe..." E a velhinha sorria desmedidamente.
         No açougue: "_ tudo bem meu filho?"; "_tudo, mamãe, e a senhora está bem?"
         Nas gôndolas de alimentos:"_ bom te ver, meu filho..."; "gostei de ver-lhe, mamãe...".
         E assim foi durante um bom tempo naquela manhã.
         Quando o homem chegou no caixa, observou que a velha senhora estava saindo e, sorridente e amável como sempre, acenou-lhe ao mesmo tempo em que se despedia "_ tchau, tchau, meu filho; muito obrigado por tudo, não sabes como me ajudou". A resposta foi de pronto: "_ tchau, tchau, mamãe, não há de quê; foi um grande prazer".
         Então o homem, sorrindo da inesperada situação, passou suas compras: um sabonete, uma escova de dentes, dois cacetinhos e quinhentos gramas de guizado. Total: quatrocentos e dez reais.
         "_Quanto?" Gritou o homem? Quatrocentos e dez reais, disse a atendente: "_doze reais de suas compras e trezentos e noventa e oito das compras de sua mãe, afinal, ela disse que o senhor iria pagar as compras dela e ainda lhe agradeceu, lembra?"
         Vai explicar para o gerente do mercado... De onde menos se espera que as coisas venham...
         Realmente, o Natal tem que ser uma época de solidariedade.
         Feliz Natal e um fim de ano de muita paz, festas, alegrias & comemorações.