Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

terça-feira, 26 de março de 2013

A Encruzilhada da Educação - Parte Final


E chegamos, então, à encruzilhada da educação: a escola que temos e a escola que queremos.
Saber, conhecer e entender a escola que temos é tarefa relativamente simples na medida em que uma simples observação mais criteriosa nos mostra as qualidades e as “desqualidades” dessas instituições. 
Uma questão mais complexa, no entanto, é identificar as características da escola que queremos, até por que, queremos sempre o melhor. E por que é questão mais complexa? Por que uma resposta satisfatória deve levar em conta uma série de fatores.
Antes de tudo, é bom termos em mente que não se deve buscar uma “escola perfeita”. Isso somente pode ser feito através de um exercício de especulação, afinal a perfeição será o parâmetro de medida de uma finalidade para e escola. Ou não?
Voltando à questão inicial, qual é a escola que queremos?
A resposta para essa questão é uma busca reveladora.
Começa, como requisito primeiro, pela oitiva da opinião individual e de classe de todos os agentes envolvidos no processo educacional escolar: alunos, pais, professores, funcionários, equipes diretivas, mantenedores.
Feito isso, e sendo que esses agentes deixem bem claro qual é a escola que querem, o passo seguinte será buscar um sólido elo de ligação entre as diferentes expectativas: onde se aproximam, onde se afastam, como conciliá-las quando divergentes...
Então será hora de estabelecer os meios e procedimentos pelos quais a escola poderá atender tais expectativas, não se devendo esquecer que estamos partindo (e pertencendo a) de instituições que já existem e que precisam, por consenso de todos, serem transformadas e melhoradas.
Somente após feito isso poderemos coadunar os diferentes interesses e necessidades dos agentes envolvidos no processo educacional-escolar, tendo, por conseguinte, uma escola com algumas características objetivamente definidas e que se aproxima de um razoável padrão de qualidade: o mantenedor, no caso das escolas públicas estaduais o governo do estado, cumprindo sua parte em pagar o piso salarial nacional dos professores e oferecendo condições materiais mínimas às escolas, bem como criando mecanismos para diminuir os encargos gerenciais administrativos das equipes diretivas; essas, por sua vez, privilegiando a defesa dos direitos de alunos, pais, professores e funcionários, exigindo o cumprimento das obrigações pelos mesmos com pleno conhecimento de causa e autoridade e apontando o aspecto pedagógico como o fundamental no processo educacional; os professores, por seu lado, constantemente buscando seu aperfeiçoamento e “ressignificando” sua práxis através dos conhecimentos adquiridos; os alunos, fazendo sua parte, comportando-se como indivíduos civilizados cujos estudos não fiquem dependentes exclusivamente dos horários de freqüência à escola, fazendo seus temas e trabalhos com qualidade e dedicação; por fim os pais, acompanhando o desempenho de seus filhos, os trabalhos e temas, exigindo estudos complementares, e também fiscalizando o trabalho dos professores e equipes diretivas, além, claro e óbvio, participando direta e ativamente nos  processos de gestão da instituição escolar.
Eu pergunto então amigo leitor: é querer demais?
Se sabemos o que queremos, por que é tão difícil alcançar esses objetivos?
São tantas perguntas, tão poucas respostas...

terça-feira, 19 de março de 2013

A Encruzilhada da Educação - Parte 2

           Além da relação escola meritocrática-escola humanizadora, outro ponto-chave na equação dos problemas que envolvem a educação institucional pública atualmente é que as escolas não conseguem definir de forma clara e objetiva qual é o seu papel na sociedade e qual sua finalidade institucional.

É muito frequente observarmos, também, que falta às escolas um sentido de unidade que consiga promover o esforço conjunto de todos os agentes sociais e políticos envolvidos no processo educacional com a busca do alcance dessa finalidade, desse papel, quando ele existe.
As Coordenadorias de Educação, porta-vozes e representantes de um governo que, paradoxo, criou a Piso Salarial Nacional dos professores públicos, mas se nega veementemente a cumpri-lo, estabelecem “normas gerais” de um atuar pedagógico defendendo uma prática pedagógica do “caminhar se faz caminhando”, isso quando não apela para o sofisma da “pedagogia do amor”. Hoje em dia isto não basta!
 As equipes diretivas, preocupadas, submetidas e perdidas nas questões administrativas da instituição acabam por relegar o pedagógico, fim último da escola, a um segundo plano. Apoiadas em setores sem o devido preparo ou a quem muitas vezes privam de autonomia e iniciativa, não sabem ou são incompetentes para estabelecer metas de aprendizagem que se sustentem em claras propostas pedagógicas ou em teorias pedagógicas atuais que lhes permitam maior discernimento no gerenciamento dessas questões.
 Os professores, de sua parte, não conseguem, da mesma forma, estabelecer uma linha de ação pedagógica coletiva, que minimize os esforços individuais e maximize os resultados do todo. Na prática, a escola sob o ponto de vista dos professores, é um somatório de iniciativas individuais que, se muito bem intencionadas, carecem do espírito de equipe, do espírito de classe. Em muitos casos, também, falta ao grupo autonomia e iniciativa para determinar e gerir o processo pedagógico no âmbito da escola. Alguns não podem, outros não querem...
Entre os pais dos alunos, maiores interessados numa educação institucional de qualidade, são poucos os que realmente se preocupam com as questões escolares, em especial as questões pedagógicas. Sabem que a escola serve para “ensinar”, mas não sabem muito bem o que isso significa, como é desenvolvido na prática ou que resultados esperar (desse “ensinar”). Por conveniência ou desconhecimento, acreditam que os professores fazem o que é possível, o melhor, o necessário. E seus filhos? São considerados meros objetos desse “ensino” e não partes atuantes e interativas do mesmo.
Por fim, não raro os alunos entram e saem da escola sem se perguntar o que estão fazendo ali. Não se perguntam qual o papel das direções, dos professores, dos pais e de si próprios nesses processos de ensino que se desenvolvem no âmbito das escolas. Quando se perguntam, não buscam as respostas; quando buscam as respostas, se é que o fazem, deixam de discuti-las com seus pares e com os demais agentes da educação institucional.
Ora, se essas questões primárias e fundamentais são difíceis de equacionar, o que dizer então, de questões mais complexas como a avaliação, por exemplo? Como estabelecer correlações entre uma sociedade meritocrática e uma proposta escolar humanizadora? Como cobrar a efetiva participação dos pais no âmbito das decisões escolares, sejam administrativas sejam, principalmente, pedagógicas? Como significar e ressignificar conteúdos e tarefas escolares? Como cobrar que os alunos “avolumem” seus estudos e sua dedicação? Como exigir dos professores seus deveres, se seus direitos são relegados a um segundo plano? E por aí vai...
         Amigo leitor, a busca por uma escola pública de qualidade passa, de forma inafastável, pela forma como serão equacionadas estas questões.  Alguém tem alguma dúvida quanto a isso?
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E os índices?

quinta-feira, 7 de março de 2013

Continuísmo



         Quando um grupo rival assume o poder político em substituição aos adversários, era de se supor que acabariam as práticas clientelistas cometidas e tão acusadas de erradas e indevidas.
      Infelizmente não é o que ocorre, e os novos mandatários passam a repetir as mesmas coisas que antes condenavam.
      Este é o velho modelo de política-politiqueira...

quarta-feira, 6 de março de 2013

Tudo como dantes no quartel dos Abrantes...

         O fato de mudarem as pessoas, os mandatários, não significa que mudem as práticas políticas. É o velho e bom continuísmo.
         O pior é quando isso parece ser só o começo...