Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mais um Fim-de-Ano

E 2010 chegou ao fim. E passou rápido.
Essa época de fim de ano, Natal e Ano Novo, é uma época de muitas significações e de uma simbologia toda especial.
A troca de presentes, por exemplo, significa um bem querer especial àquele(a) a quem se dá o presente. Por isso, volto a bater na tecla, mais importante do que o presente em si, é o ato da dá-lo. Damos presentes a quem gostamos. Damos presentes de coração àqueles(as) com quem compartilhamos nossa amizade, nossos desejos de felicidade, nosso afeto, nossa simpatia e nossa gratidão. Em tese é isso que acontece. Quantos presentes de coração demos neste Natal?
Outro símbolo do período é o peru que, conforme o ditado popular, é aquele que morre na véspera. Coitado. Os homens fazem a festa e, desculpe o trocadilho, é o peru quem paga o pato. Em minha família não temos o hábito, a cultura, a tradição de comermos peru no Natal. Não como fazem os norte-americanos. Em compensação, nós comemos o chester, seja lá que bicho seja este. Por falar nisso, meu amigo(a) leitor(a) conhece pessoalmente um chester vivo? Já viu algum deles por aí, cheio de penas e cacarejando (se é que ele tem penas e cacareja)? Tem gente que jura que esse bicho é um peru em miniatura. Um tio meu nem acredita que ele exista. E como se já não bastasse toda esta incógnita sobre o bicho, agora apareceu um outro, de nome “buster”, também chamado de “ave para Natal”. Interroguei o cunhado do meu irmão que trabalha em uma grande “empresa avícola” (ops!, licença poética) e ele me esclareceu: o buster é primo do chester. Ah tá, entendi, eh, eh, eh. Mais uma perguntinha: onde andam esses bichos nos outros onze meses do ano?
Diz a tradição que não se come aves no ano novo por que ciscam para trás. Mas é justamente por isso que se deveria comê-las. Cisca-se a sujeira para trás. Não é isto que prometemos em todo início de ano, “ciscar a sujeira para trás”, recomeçar o ano com vida nova, honesta e justa (nem que seja em nossos pensamentos)? A propósito, peru não é ave? Quais as sujeiras que ciscaremos para trás em 2011?
Mais um símbolo de Natal é o panetone Diz a lenda que este pão especial “surgiu no século quinze quando um jovem morador da cidade de Milão (Itália) apaixona-se pela filha de um padeiro. Buscando uma maneira de surpreender o pai da moça, que não aceitava o namoro, ele se disfarça de ajudante de padeiro e cria um pão doce. O pão tornou-se destaque na padaria pelo seu tamanho incomum para a época e por apresentar, no seu ápice, a figura moldada de uma cúpula de igreja. O jovem criador desta deliciosa receita, hoje apreciada por pessoas de diversos países, atribuiu a autoria da receita a Toni, o pai da moça. O movimento da padaria cresceu significativamente e os clientes pediam pelo ‘pani di Toni’”
Esta história mostra que o genro, além de puxa-saco do sogro, lançou mão de sortilégios para que o inocente padeiro entregasse-lhe sua donzela. Hoje em dia a coisa está mais fácil. É uma-duas e o genro se muda para a casa do/da sogro/sogra. No começo, meio envergonhado ocupa um quarto e se distorce em cerimônias. Com o tempo vai de espraiando, tomando conta do campinho e, logo-logo já está até bebendo a cerveja do sogro, chegando inclusive a reclamar se não estiver gelada. Puxa o saco da sogra para conquistá-la e receber suas benesses (olha o Toni, aí). E vai levando. Tranqüilito no mais. Sombra e água fresca. Também a nora se muda para a casa dos sogros. Comidinha na mesa, conforto e, não poucas vezes, babá. E dê-lhe panetone.
Tem ainda o champanha ou champagne?. Significa o requinte, a pureza, o estilo e a classe da comemoração do início de uma nova etapa. Claro que na maioria das vezes o champanhe é um espumante (alguns muito bons – e caros, diga-se de passagem). Ou mais comum ainda, ele é um filtrado cujo paladar é, a princípio, muito mais atraente. Para a maioria da população o que vale mesmo, neste caso, não é o nome ou a origem, mas a forma e a intenção. E eu concordo.
Por fim, esta é a época das “listas de intenções para o ano novo”, ou seja, é hora de planejarmos, nem que seja através de uma lista, todas aquelas mudanças a que nos proporemos no ano que se inicia. Há muito tempo não as faço. Odeio chegar ao fim do ano e ver que meu planejamento ficou pelo caminho diante da luta diária e do corre-corre. Além disso, sejamos sinceros, muitas coisas a que nos propusemos sabemos de antemão que não serão alcançadas. Não tão facilmente quanto pensamos. Mas quem disse que não é esta a beleza da vida?
É. Realmente o fim de ano é uma época cheia de simbologias e significados.
A todos os leitores ótimas festas e um 2011 repleto de realizações. E que encontremos aquilo que procuramos.

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