Estamos ultimando os preparativos
para o início do ano letivo nas escolas públicas estaduais e municipais.
Equipes
diretivas, professores e funcionários se reúnem para planejar o ano que se
inicia, estabelecer metas, organizar critérios de desenvolvimento das propostas
encaminhadas pela mantenedora. Depois, por uma questão de obviedade legal e
buscando a legitimação de todo processo, o planejamento, as metas e propostas estabelecidas
deverão ser submetidas ao crivo do Conselho Escolar, órgão máximo de gestão
numa escola.
Por outro
lado, também os alunos começam sua caminhada, buscando, ao fim e ao cabo, a
aprovação no final do ano. Não uma aprovação pura e simples, calcada no alcance
de uma nota, mas uma aprovação baseada numa aprendizagem significativa que
represente, em última análise, um crescimento no seu conhecimento e a ampliação
de suas habilidades e competências.
Atualmente (há
muito tempo) a escola pública está passando por uma crise de identidade. Em
especial o ensino médio. Alguns (de muitos) elementos podem ser facilmente
identificados.
Considerando
os alunos de hoje, pergunto: qual a função da escola hoje em dia? Para que ela serve?
Para educar alunos? Para prepara-los para o vestibular? Para prepara-los para o
exercício da cidadania (seja lá o que isso signifique)? Para humaniza-los (?)?
Para ensinar-lhes valores, hábitos e civilidade? Para passar-lhes a bagagem
cultural humana? Para lapidar seu processo de desenvolvimento pessoal e
cultural? Para instrumentalizar a habilidade de transformar informação em
conhecimento? Para o que mais?
Considerando
os pais dos alunos de hoje, eles saberiam para que serve a escola? Saberiam
dizer qual o papel dos pais na escola de hoje? O que querem que a escola faça
com seus filhos? Estão satisfeitos com a escola, com os professores e com o
desempenho escolar de seus filhos? Estão fazendo a sua (importante) parte na
materialização da relação ensino-aprendizagem ou estão depositando tudo nas
mãos dos professores? São presentes ou ausentes?
Considerando
os professores dos alunos dos dias de hoje, onde me incluo, conseguimos
responder às questões supra citadas? Satisfazemos os interesses e as
necessidades escolares dos alunos e seus pais? Estamos conseguindo apresentar
uma nova escola, identificada com os dias atuais ou estamos apenas reproduzindo
a escola que tínhamos quando éramos alunos? Embasamos nossa prática com
subsídios teóricos atuais? Não vou nem falar em avaliação...
E as equipes
diretivas das escolas dos alunos dos dias atuais, deram-se conta que o tempo
passou e os paradigmas de gestão são muito diferentes dos de outrora? A
propósito, são gestores ou continuam sendo administradores que apenas
promoveram um up grade na nomenclatura? Estão coadunados com as novas
necessidades dos alunos e seus pais, bem como com a necessidade de desenvolver
novas práticas docentes? Tornam a escola um campo de trabalho saudável para o
professor? Possuem subsídios teóricos que embasam sua prática?
É,
amigo leitor! O ano letivo está começando com tantas perguntas...
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