Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Há luz no final do túnel?

Um dos preços que se paga por viver em uma sociedade democrática é que a sucessão de pessoas nos cargos da administração pública faz com que ocorra, por regra, a sucessão de/das políticas administrativas as quais,  muitas vezes, baseadas em práticas e teorias modernas,  democráticas e justas, encontram (em suas sucessoras) justamente o contrário.
É com tristeza e desconforto que se assiste, então, a desconstrução de projetos que, amplamente discutidos com a comunidade, não mais são adotados pelos sucessores que, ou não as julgam importantes, ou não têm competência para mantê-los e aperfeiçoá-los, ou simplesmente abortam-nos por pertencerem a outras pessoas que não as "nossas". Isto vale para qualquer esfera da administração e em uma escola não é diferente.
Medidas pedagógicas discutidas com a comunidade, embasadas em práticas e teorias modernas como, ad exemplum, a criação de pareceres descritivos dos alunos, conselhos de classe participativos, a participação de todos os segmentos na tomada de decisões sobre os assuntos que lhes são legítimos por competência funcional, a concepção da administração sob um ponto de vista de gestão, etc., são abandonadas de forma unilateral, sem que sejam ouvidos os agentes envolvidos no processo educacional. Quadro que é ampliado por que estes, não raro, com seu silêncio, inércia ou indiferença , acabam por ser legitimadores de tais decisões.
A indiferença ou o desconhecimento das questões pedagógicas pela comunidade, entenda-se pais de alunos, ou até por estes próprios, é compreensível na medida que por muitos tempo foram (e são) excluídos de tais assuntos, nicho exclusivo de professores e equipe diretiva da escola. Mas não é admissível que professores se omitam de suas responsabilidades e se submetam, por medo, comodidade ou incompetência para pensar diferente, à medidas tão questionáveis que, retrógradas, (para dizer o mínimo) comprometem toda uma estrutura já criada. Quando isto ocorre, e infelizmente ocorre com muita frequência, é de se perguntar: há luz no fim do túnel?
"A verdadeira escola não-autoritária tem como missão precípua formar para a autonomia. Nesse sentido, o diálogo é sua linguagem própria..." (CARNEIRO, Moaci Alves. LDB Fácil. Ed. Vozes. Petrópolis, RJ. 14ª Ed. p.36. 1997).

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