Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

sexta-feira, 8 de julho de 2022

Quando os extremos se aproximam, quase se igualam...

          Logo no início da semana conversei com um eleitor do molusco ligeiro que intensifica sua militância para a campanha eleitoral que se aproxima. Fiquei impressionado com a passionalidade da argumentação por ele desenvolvida para defender a candidatura do ômi, o que, como toda e qualquer forma de paixão, turva a visão, agride o bom-senso, ofende o senso crítico e a inteligência. Depois, em outra oportunidade, na verdade em outras oportunidades, conversei com eleitores e defensores do messias reacionário, e mais uma vez fiquei impressionado com a passionalidade da argumentação desenvolvida para defender a candidatura do ômi, o que, como toda e qualquer forma de paixão, turva a visão, agride o bom-senso, ofende o senso crítico e a inteligência. Vou exemplificar.

O primeiro dos militantes não aceita, sob hipótese alguma, a ideia de que seu candidato venha a ser culpado de alguma das mazelas que ocorreu durante seu governo ou as que lhes são atribuídas. Para ele, o ômi é inocente e procurou, sempre que necessário, contribuir para a punição daqueles que, no seu mandato, se envolveram em falcatruas e corrupção. Para os segundos, é absurda a ideia de que seu candidato venha a ser culpado de alguma das mazelas que ocorreu durante seu governo ou as que lhes são atribuídas. Para ele, o ômi é inocente e procura, sempre que necessário, contribuir para a punição daqueles que, no seu mandato, se envolvem ou envolveram em falcatruas e corrupção.

Ainda, para o primeiro, o Poder Judiciário extrapolou sua competência simplesmente para punir o ômi e atrapalhar seu governo, criando o que se chama de “república do judiciário”, com a judicialização das questões políticas, tanto que, para esses, quando o judiciário manda prender um de seus políticos ou simpatizantes, está fazendo isso à revelia da lei, simplesmente para cometer abuso, e quando manda soltar um político ou simpatizante do opositor, é por que está mancomunado com aqueles e o faz por interesses obscuros e mesquinhos; para os segundos, o Poder Judiciário está extrapolando sua competência simplesmente para punir o ômi e atrapalhar seu governo, criando o que se chama de “república do judiciário”, com a judicialização das questões políticas, tanto que, para eles, quando o judiciário manda prender um de seus políticos ou simpatizantes, está fazendo isso à revelia da lei, simplesmente para cometer abuso, e quando manda soltar um político ou simpatizante do opositor, é por que está mancomunado com aqueles e o faz por interesses obscuros e mesquinhos. Tem mais.

Para os simpatizantes do Lula os meios de comunicação, as grandes mídias, são instrumentos do mal que servem para lhe atingir, ofender, depreciar e prejudicar; para os defensores do Bolsonaro, também; as pesquisas de opinião não mostram a realidade do poder eleitoral de Lula, diminuindo a sua vantagem eleitoral sobre seu concorrente ou não retratando a verdade de intenções de voto do eleitorado brasileiro. E para os simpatizantes do Bolsonaro? Também! O Lula é uma vítima; o Bolsonaro, também. O Lula é a solução; o Bolsonaro, também. O Lula é o cara; o Bolsonaro, também.

O Lula é visto pelos bolsonaristas, como sinônimo de corrupção, negociatas políticas, falcatrua, roubo e retrocesso; o Bolsonaro é visto agora, e também, pelos lulistas, como sinônimo de corrupção, negociatas políticas, descaso com o meio ambiente e a sociedade, preconceito e retrocesso.

Interessante é que quando se apresenta para os simpatizantes do Lula argumentos que justificam ou comprovam algumas das acusações feitas pelos bolsonaristas ou pela sociedade, a justificativa que se recebe é “não foi bem assim”, ou “a justiça não apontou nada”, ou ainda e muito comum, “mas o caso é diferente”, ou então, “me prova que isso é verdade e não criação de um judiciário politicamente comprometido ou uma imprensa imparcial”... Mas quando se apresenta para os simpatizantes do Bolsonaro argumentos que justificam ou comprovam algumas das acusações feitas pelos lulistas ou pela sociedade, a justificativa que se recebe é “não é bem assim”, ou “a justiça ainda não apontou nada”, ou ainda e muito comum, “mas o caso é diferente”, ou então, “me prova que isso é verdade e não criação de um judiciário politicamente comprometido ou uma imprensa imparcial”...

No meio dessa polarização estão os eleitores que infelizmente não têm uma terceira via plausível ou possível para optar e poder afastar, de uma vez por todas, esse radicalismo bilateral e retrógrado que nos atinge e só faz mal a nosso amado Brasil, sil, sil...

O terceiro grupo de eleitores, aqueles que, por convicção ou interesse não se aliam nem ao molusco nem ao messias, está em um triste dilema: não votar em nenhum, anulando seu voto (nunca branco, mas, na falta de opções, nulo) e deixar que os outros escolham por si, ou escolher entre o ruim e o pior sabendo que nenhum atende às mínimas necessidades de um governo razoável para nosso país!

A Democracia, assim, com letra maiúscula, é formada, como tudo na vida, por um ponto de equilíbrio entre o bônus e o ônus, e quem não aceitar isso está na contramão da História, daí por que não se pode admitir, em hipótese alguma, pregações simplificantes como o golpismo intervencionista. Isso nunca!

Pensemos nisso, pois o assunto não se esgota. Voltaremos!

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