O dia 28 de maio foi marcado por
greve geral convocada pelas centrais sindicais e por manifestações em
praticamente todo Brasil tendo como foco as reformas trabalhistas e as reformas
da previdência social. Nas grandes cidades, principalmente, as mobilizações
foram grandes e o impacto delas sentido de forma mais intensa.
Um
aspecto que merece destaque é que as reformas da previdência e da legislação
trabalhista são necessidades prementes, afinal, a legislação que regula essas
duas importantes áreas é do século passado, de meados do século passado, em que
a realidade nacional era completamente diversa. O problema todo é a
legitimidade de quem as está promovendo.
Como
acreditar nas intensões de uma classe política que está maculada, amarfanhada
por tantas denúncias de corrupção, negociatas e falcatruas? Como aceitar que
essas pessoas possam decidir questões referentes à maioria da população
brasileira, população esta honesta e trabalhadora, ao contrário deles? Mais!
Como aceitar que esta mesma classe política, que em nosso país representa um
grupo de pessoas cercado de privilégios, direitos, mordomias e garantias
absurdas, além de receber subsídios (salários) astronômicos, decidam sobre os
direitos trabalhistas e previdenciários daqueles que recebem um salário mínimo (que
há muito deixou de ser mínimo, estando aquém do razoável), sendo muitas vezes
explorados por seus patrões e carregando uma absurda carga tributária?
Mobilização em Passo do Sobrado - RS |
Volto
a perguntar: que legitimidade tem nossos deputados e senadores, assim, com
letra minúscula, de decidir o nosso futuro de trabalhadores?
É
fácil o sujeito discutir reforma trabalhista e previdenciária, quando ele ganha
muito bem, além de receber privilégios como auxílio moradia, plano de saúde,
décimo quarto salário, passagens aéreas, vale combustível, auxílio funeral,
verba de gabinete, etc., e se aposenta com menos de vinte anos de contribuição.
Assim é fácil...
O
que me surpreende, também, é que muita gente que será plenamente atingida por
essas mudanças se quer se dignou em dedicar alguns minutos para discutir tais
reformas, muito menos mobilizar-se contra elas, aceitando-as de forma passiva e
humilhante, com aquela postura de moral de rebanho que só serve para perpetuar
o mandonismo político que existe em nosso país. Gentes, acordemos! Tirando a
classe política, uma classe de privilegiados, e um pequeno grupo de
trabalhadores especiais, o restante dos brasileiros será atingida. Por que
tanta passividade? Será medo? Acomodação? Resignação? Subserviência? Ou será
que estão satisfeitos com o que está por acontecer? Hein? Hã? São tantas
perguntas, tão poucas respostas...
Depois
não adianta chorar o leite derramado.
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