Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

sexta-feira, 7 de abril de 2017

O Vício e a Síndrome de Abstinência...

Resultado de imagem para vicio celularSegundo o Dr. Google, aquele que tudo sabe e que tudo vê, é um conjunto característico de sinais e sintomas que ocorrem após a interrupção (ou, em alguns casos, diminuição) do consumo de uma droga, seja ela um medicamento ou uma droga de abuso. Ainda conforme a fonte, pode causar insônia, tremores, ansiedade, disforia, náusea ou vômitos, inquietação, agitação, aumento da sudorese, aumento da frequência cardíaca e outros sinais de hiperatividade do sistema nervoso autônomo. Quando mais grave, pode evoluir com convulsões e delirium tremens. Ainda, leio que os sintomas, que estão ligados aos danos causados ao cérebro, apresentam-se durante a sobriedade e podem ser descritos como dificuldade de concentração, problemas de memória, reação emocional exagerada ou apatia, distúrbios ou alterações do sono, problemas de coordenação motora e sensibilidade ao stress. A síndrome de abstinência prolongada pode desencadear recaídas com frequência, mas seus sintomas são potencialmente reversíveis. Por fim, observa-se que a instalação de uma síndrome de abstinência tende a ser mais rápida no caso de drogas de meia-vida mais curta. Seu curso tipicamente varia de alguns dias a duas semanas, mas descrevem-se sintomas que podem persistir por meses...
A partir dessas informações, começo a expor ao amigo leitor o meu caso particular, destacando, de pronto, que necessariamente as conclusões a que podemos chegar não se aplicam a outros, pois sabemos que cada caso é um caso e vice-versa, kkk. E que eu sirva de exemplo...
A droga está aí. Eu nunca fui um consumidor contumaz. Sempre fiz uso com moderação, com muito critério pois, além do preço, o estudo e a formação que tenho me permitem criterizar o momento de começar a usar, de parar e até a opção de usar ou não. E muito mais o momento e o lugar onde fazê-lo.
Para mim a síndrome de abstinência durou três dias. Tão somente três dias. Depois, passado o impacto inicial, comecei a redescobrir um mundo que há muito deixara de existir: um mundo de tranquilidade, de respeito, de comprometimento e responsabilidade.
Como a vida pode ser tão boa se conseguirmos nos livrar dessa dependência... Como um dia pode ser tão aproveitável quando estamos livres desse compromisso forçado que eiva nosso tempo e, como reflexo, nossa vida!
Resultado de imagem para vicio celularPois é amigo leitor, infelizmente o que é bom dura pouco e não demora muito terei, com plena certeza, uma recaída. Isso já está determinado. Ainda vou tentar prorrogar essa vida de liberdade o máximo possível, mas sei que não há alternativa: terei que voltar a usar. Muito mais por necessidade do que por vontade própria; muito mais por imposição social e profissional do que por um desejo subjetivo e íntimo de não fazê-lo.
Quem foi que disse que é (im)possível viver sem essa droga extremamente viciante chamada celular? Quem disse que é possível viver sem Watssap? Quem disse que é possível viver sem que necessariamente estejamos conectados o tempo todo, full time?
Hoje faz uma semana que perdi o celular. Uma semana!
Apesar de eu não ser um “rededependente”, passei por três dias de uma interessante síndrome de abstinência, traduzida por reiterados atos involuntários de procurar o telefone naquele lugar em que sempre o guardo, de viver em função de senhas, tomadas e carregadores, de me comunicar com grupos e pessoas pelos simples fatos de estarem ali, a um toque do polegar ou do indicador...
E se foi assim comigo, nessas condições peculiares, eu imagino o que não deve ser para aqueles que realmente estão viciados, inapelavelmente viciados; para aqueles que não suportam viver trinta ou quarenta minutos sem dar uma “tuitada”; para aqueles que não se importam de, em uma solenidade, em uma festa, em uma reunião, em uma palestra, em um velório ou em uma atividade de laser, se expor ao crivo das pessoas presentes e, indisfarçadamente, lançar mão do telefone para dar uma atualizada nas redes sociais; para aqueles que acordam na madrugada para dar uma fumadinha, ops, consultadinha... Deve realmente ser um sofrimento atroz ter que ficar sem a “espiadinha” básica, nem que seja por um segundo; deve ser terrível mesmo! Deve realmente causar todos os sintomas de uma síndrome de abstinência. Todos!

Seria risível, se não fosse trágico. É vício, na acepção ampla da palavra. E é desrespeito e falta de educação também. Ou não? Hein? Hã? O assunto não se esgota.

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