Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Sem maniqueísmo...


           Começou o julgamento dos policiais militares envolvidos na morte de cento e onze apenados no presídio de Carandiru.
            Sei que muitos brasileiros ditos “cidadãos comuns”, respeitáveis pais e mães de família, devem estar pensando ou falando que “receberam o que mereciam”, que “bandido bom é bandido morto”, que “não tem que ter pena desses vagabundos”, etc. Mas a questão que se apresenta é outra: indivíduos a serviço do Estado, no caso os policiais militares ou seu comandante, têm o direito de fazer justiça com as próprias mãos? Têm o arbítrio de dizer quem vai viver e quem vai morrer? Se os presidiários estavam cumprindo sua pena, uma vez que condenados pela justiça, a lei estava sendo aplicada. A justiça estava sendo feita.
A grande expectativa que se cria neste acontecimento é saber como as coisas realmente aconteceram. Até agora os depoimentos dão conta, de um lado, que a maioria dos presos foi morta estando indefesos ou dominados pela polícia, o que caracterizaria, de per si, execução sumária; de outro lado, que os policiais agiram em estrita necessidade e cumprimento do dever, tendo que matar para garantir a sua (deles) integridade física.
Independentemente do que ocorrer na evolução dos fatos desse julgamento,  o mesmo é oportuno pela necessidade de se fazer sérias e profundas reflexões sobre a segurança pública e o papel do Estado em sua manutenção, prevenção, apuração, julgamento e punição dos culpados. Afinal, é para isso que (também) pagamos pesados impostos. Ou não?

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