Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Até que ponto vai a bestialidade humana?

            Estupefação.
            Foi assim que recebemos as imagens de um motorista atropelando um grupo de ciclistas em Porto Alegre. Surreal, eu diria. Existiria justificativa para tamanha insanidade?
            Há muitos anos que eu tenho como hobby a “pedalada”. Semanalmente. Há muitos anos, também, pertenço a grupos organizados de ciclistas e participo de passeios e pedaladas. Nunca eu vi ou imaginei que algo parecido pudesse acontecer.
            Sei que acidentes acontecem. Vira e mexe algum ciclista é atropelado e acaba morto. No mínimo cheio de escoriações. Infelizmente isso é muito comum. Não foi o caso que se viu esta semana.
            Um grupo de mais de cem ciclistas atropelado pelas costas. Repercussão internacional. Feliz e incrivelmente sem mortes. As imagens são chocantes.
            A explicação do motorista? Que os ciclistas começaram a atirar as bicicletas sobre o carro e ele temia ser linchado. Que foi legítima defesa.
            Ofende a inteligência essa argumentação.
            Iam linchá-lo por que, se ele não fez nada? Será que ao invés de ciclistas havia, naquele passeio, um bando de maníacos-psicóticos assassinos?
            Via de regra, os ciclistas são pessoas cordadas, educadas, respeitadoras. No máximo podem proferir alguns palavrões em situações de risco ou de susto. Nunca mais do que isso. Nada justifica, então, tamanha bestialidade.
            Terá início agora interessante batalha judicial.
            A acusação? Tentativa de homicídio doloso qualificado. O motorista quis matar os ciclistas, assumiu o risco de fazê-lo, e foi beneficiado, neste intuito, por algumas condições do momento que favoreceriam sua ação. Por obra do acaso não conseguiu seu intento.
            A defesa? Deverá seguir duas linhas. A legítima defesa do motorista e de seu filho ou/e a insanidade temporária do primeiro, o que dirimiria, em parte, sua responsabilidade. É o que já está acontecendo.
            A sociedade e, em especial, nós, os ciclistas, esperamos que seja feita a justiça. Que sejam apuradas todas as responsabilidades e que este motorista desequilibrado (para dizer o mínimo) seja severa e exemplarmente punido.

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