Porém, e
sempre há poréns, a partir de minha interpretação sobre como eu vejo o face
book e a disposição das pessoas que nele se relacionam, isso quando eu
frequentava a rede pela conta da escola ou pelas da família, resolvi fazer um
texto contemplando uma lista de assuntos que eu não gostaria de ver na minha
página. Essa lista seria encaminhada a todas as pessoas que “me solicitassem
amizade”.
Primeira
coisa, que chega a ser óbvia: não quero nada que diga respeito a Bolsonaro e
Lula. Primeiro, por que já tenho minhas convicções plenamente formadas, como o
amigo leitor bem sabe, depois, por que nesse tempo de intransigências os
ignóbeis de plantão, com sua disposição policialesca, costumam sempre
polarizar, visto que para eles, se tu critica um, necessariamente tu tens que
ser apoiador do outro, o que não é verdade. Então será assim, sem bolsomígnions
e sem pretralhas. Nada de falar do messias reacionário e do molusco
cara-de-pau.
Por uma
questão de lógica, também não quererei receber postagens referentes a política
partidária e políticos, pois como eu já disse, não são os políticos que me
escolhem, sou eu quem os escolhe; então, não preciso deles tomando meu precioso
tempo de laser. Ao menos por enquanto é assim. Isso sem falar que é do meu
bolso que sai parte dos subsídios que eles recebem para exercer seus mandatos
nem sempre de forma satisfatória. Não dá pra misturar as coisas, certo?
Piadas
sexistas, racistas, preconceituosas não serão admitidas, pois para mim há tempo
os negros deixaram de ser diferentes ou inferiores por causa da cor de sua
pele, a loiras e os portugueses deixaram de ser burros, questionar a sexualidade
de um homem ou de uma mulher deixou de ser xingamento ou motivo de gozação e
brincadeiras.
Ainda na
esteira dos assuntos políticos, não serão aceitas mensagens que questionem a
eficiência e a eficácia da vacinação, seja contra o COVID e suas variantes,
seja contra o H3N2 ou qualquer outra doença. Se no dia-a-dia o obscurantismo e
a ignorância podem ser alardeadas aos quatro ventos, às vezes até como virtude,
na minha rede social não! Negar a vacina não é exercício da liberdade de
escolha, pelo contrário, é irresponsabilidade com o social e o coletivo e
cristalina demonstração de falta de inteligência.
Excluirei das
minhas relações facebookistas (palavra que eu nem sei se existe...) aquelas
pessoas que repassarem notícias notadamente fakes, de fácil comprovação, pois
isso é um desfavor à sociedade, contribuindo sobremaneira para aumentar o caos
de informação e desinformação que vivemos. O mesmo vale para aqueles que
repassarem “superpromoções” de distribuição de prêmios ou brindes grátis, pois
como é sabido, não existe almoço grátis e é justamente nesses superpromoções
que se escondem os golpes. E como tem gente que cai. Cai não, se atira. Por favor,
vanserrespeitá?
Também não
repassarei postagens de autoajuda, pois se é autoajuda, não precisa dos outros,
certo? Da mesma forma correntes de orações daquelas em que o emitente solicita
que “não quebre a corrente”, “mande para mim também” ou “passe para mais doze
pessoas sob pena de te acontecer algo muito grave...” E ainda justificam: doze
são os apóstolos, os meses do ano, o número de ovos na caixinha de uma dúzia...
A corrente vai quebrar.
Não curtirei ainda
aquelas pessoas que ficam mandando indiretas, recadinhos, avisinhos,
subentendendo insinuações, dando respostinhas, pois que, covardes para uma
conversa tete-a-tete, escondem sua frustração atrás do anonimato do
destinatário da mensagem. Que coisa feia...
Outra situação
que me deixa muito constrangido é aquela de pessoas que terminam seus
relacionamentos afetivos, casamentos ou não, independentemente de causa ou
responsabilidade, e no dia seguinte já estão postando coisas supernovas da nova
vida de supernovo solteiro ou de um supernovo relacionamento. E a família? E o
histórico? E o respeito recíproco? Um conhecido se separou na segunda, na
quarta já postou fotos nas baladas e no agito da noite, e no sábado já fez
circular imagens com o novo amor, o amor verdadeiro, a pessoa ideal, a
cara-metade, aquela que o completa... Me poupe, se poupe, nos poupe!
Também não
quererei imagens de crimes, de acidentes, de gente morta ou esgualepada,
maltrato a pessoas e animais. O mundo já está cheio de coisas muito ruins para
a gente perder tempo com coisas muito piores. Vão carpir uma verga, ok?
Em
contrapartida, poderemos postar coisas relacionadas a futebol. Desde que sejam
feitas de forma respeitosa, pois até a flauta é bem vinda quando feita de forma
elegante e inteligente sem buscar ofender ou agredir os rivais, como muito se
tem visto por aí, combinado?
Dito tudo isso
e analisado de forma criteriosa essa sumária lista de assuntos que serão
proibidos no meu face, lista que não se esgota, pelo contrário, é muito mais
ampla, cheguei ao final concluindo de forma singela que estou muito metido na
vida das pessoas. Se elas querem falar de Bolsonaro, de Lula e de políticos, se
querem fazer piadas grotescas ou criminosas, deixando transparecer seus
preconceitos, se querem propagar a ignorância e a bestialidade, ou desejam
apenas curtir uma dor na cabeça de galhada, postar coisas bisonhas ou
aberrações, quem sou eu para discriminá-las? Que direito tenho eu de fazer
isso? Cada um posta o que quer e aquilo com o qual se identifica e que arque
com as consequências de suas postagens, certo?
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