Muitas pessoas se surpreendem quando falo que, na minha humilde
visão, ela foi muito mais vítima de sua incompetência para
administrar o Brasil do que de crimes de responsabilidade
propriamente dito. E se assim o foi, esse processo de impeachment que
se apresenta carece de legitimidade. Para mim, foi ilegítimo.
A Dilma começou a cair quando, logo após assumir seu segundo
mandato, passou a adotar medidas que, durante a campanha à
reeleição, defendera veementemente que não faria. Ai, naquele
momento, a opinião pública começou a se mobilizar contra nossa
mandatária. As ruas foram tomadas, as redes sociais trataram de
organizar as manifestações e tudo o mais veio ao natural. A
popularidade da presidente caiu de forma vertiginosa.
A Dilma caiu por que não soube enfrentar a crise que se abatera
sobre no país, reflexo de uma acrise ainda maior que atingira o
mundo de forma geral e que era negada, com relativa frequência,
pelos arautos do governo. Era o famoso “tapar o sol com a
peneira”.... Inflação, desemprego, desabastecimento, aumento de
impostos, de combustíveis, das taxas de luz, tudo isso contribuiu
para tornar o quadro ainda pior. Mas tem mais!
Ainda segundo minha humilde opinião, a presença do ex-presidente
Lula junto ao atual governo foi significativo para ampliar a rejeição
à Dilma. Ainda mais com o fatídico caso da portaria ministerial,
aquela que foi enviada pela Dilma ao Lula para ele usar em caso de
necessidade. Até hoje quando se falava em usar papel para o caso de
necessidade se tinha em mente um habeas corpus ou papel higiênico.
A Dilma ampliou as opções.
A Dilma caiu por que, em busca da governabilidade, num primeiro
momento ficou refém do Congresso Nacional, enquanto possuía cargos
a distribuir, e depois, noutro momento, entrando em rota de colisão
com alguns figurões do legislativo, não soube contornar
resistências e transformou opositores em inimigos. Assim, os
conflitos pessoais se sobrepuseram aos funcionais. Eduardo Cunha que
o diga. A vingança é um prato que se come frio.
Resta agora esperar que o Temer consiga reorganizar nosso Estado,
adotar medidas de curto prazo para contornar a crise ou acenar com
tal possibilidade, promover as mudanças que se fazem necessárias,
em especial algumas reformas que há muito entravam nosso
desenvolvimento. A miscelânea política em que se transformou o novo
ministério aponta para um governo de coalizão. Será que o PMDB tem
estrutura moral e disposição política para tal? Quem viver verá!
Ou não?
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