O governo
federal está sendo acusado de promover “pedaladas” fiscais nas suas contas para
omitir perdas, débitos e exageros financeiros, promovendo, ao final, uma
“maquiagem” nas finanças públicas, apresentando-as como saudáveis, favoráveis e
positivas quando não o são.
Pedalar,
isto é, o movimento de propulsão dos veículos movidos a pedal, é uma coisa
saudável. Como ciclista, não gosto de ver meu esporte associado a práticas tão,
tão... reprováveis.
Maquiar também
é uma coisa saudável.
Há milênios as
mulheres se maquiam. A propósito, no meu entender, já que toquei no assunto,
parece que se maquiam muito mais para outras mulheres do que para si próprias
ou, menos ainda, para os homens. Muitos homens, alguns ao menos, se maquiam
também.
Também não é
legal usar o verbo maquiar como definidor de “esconder coisas ruins”. apesar de
que, diga-se, uma boa maquiagem pode esconder sim, muitas coisas ruins, claro.
Parênteses: em termos de disfarçar coisas não muito bonitas, nada supera, no
entanto, essas calças femininas moderninhas que andam por aí sejam de lycra,
suplex, deorex, tylex ou “tecido atlético-inteligente” também conhecido como
“tecido supressor de estrias, celulites, rugas, pelancas, mutretas e outras
imperfeições”, seja lá o que tudo isso significar. Mas atenção mulherada, não
confundam disfarçar e esconder O brasileiro
é, por sua natureza, um “pedalador” de contas. É a história do cobertor curto.
Para a maioria de nós o cobertor é sempre curto. O negócio, então, é pedalar. É
cartão de crédito, cheque especial, financiamento, CDC, antecipação de
restituição e de décimo terceiro, negociação judicial, empréstimo com agiota,
calote, etc.. É tanto jogo de cintura que não estranho mesmo, nenhum pouco, que
os brasileiros não estejam preocupados com as pedaladas do governo federal. É
tudo muito natural e tão corriqueiro que o governo fazer o que nós fazemos
todos os dias não representa problema. Não mesmo. Ou será que representa?