Em épocas
pretéritas, de águas passadas, por esses dias dedicávamo-nos tanto ao Carnaval
que passávamos praticamente vinte e quatro horas envolvidos. Era um tal de
bordar fantasia, arrumar carro alegórico, ensaiar samba-enredo e afinar a
bateria, que mal tinha-se tempo para descanso.
Em General
Câmara, que já teve grandes carnavais de rua e de salão, vivia-se numa
intensidade de lembranças imemoriais.
Disputas
renhidas entre os blocos e cordões carnavalescos, sustentados, muitas vezes,
pelo nosso próprio bolso, faziam dos desfiles de rua um espetáculo grandioso,
de brilho, dedicação e luxo, reunindo mais que o dobro da população da cidade,
entre componentes de blocos e plateia. Os jurados, mantidos em segredo até o
início dos desfiles, eram trazidos de Porto Alegre. Nos salões, ah, os salões!,
“pulava-se” marchinhas e hits animados por grandes bandas como Imagem,
Mensagem, Je Revians, Caravelle, Itamone, Elenco, Impacto, e muitas outras. Éramos
polivalentes: já fui puxador de samba, mestre de bateria, alegorista,
estilistas, diretor, letrista, relações públicas, catador de recursos, etc.
Tudo pelo simples prazer de viver um bom e intenso carnaval. Mesmo que numa cidade pequena como a nossa.
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