Alguém já disse...

Os do mal começam a vencer quando os do bem cruzam os braços!

terça-feira, 19 de março de 2013

A Encruzilhada da Educação - Parte 2

           Além da relação escola meritocrática-escola humanizadora, outro ponto-chave na equação dos problemas que envolvem a educação institucional pública atualmente é que as escolas não conseguem definir de forma clara e objetiva qual é o seu papel na sociedade e qual sua finalidade institucional.

É muito frequente observarmos, também, que falta às escolas um sentido de unidade que consiga promover o esforço conjunto de todos os agentes sociais e políticos envolvidos no processo educacional com a busca do alcance dessa finalidade, desse papel, quando ele existe.
As Coordenadorias de Educação, porta-vozes e representantes de um governo que, paradoxo, criou a Piso Salarial Nacional dos professores públicos, mas se nega veementemente a cumpri-lo, estabelecem “normas gerais” de um atuar pedagógico defendendo uma prática pedagógica do “caminhar se faz caminhando”, isso quando não apela para o sofisma da “pedagogia do amor”. Hoje em dia isto não basta!
 As equipes diretivas, preocupadas, submetidas e perdidas nas questões administrativas da instituição acabam por relegar o pedagógico, fim último da escola, a um segundo plano. Apoiadas em setores sem o devido preparo ou a quem muitas vezes privam de autonomia e iniciativa, não sabem ou são incompetentes para estabelecer metas de aprendizagem que se sustentem em claras propostas pedagógicas ou em teorias pedagógicas atuais que lhes permitam maior discernimento no gerenciamento dessas questões.
 Os professores, de sua parte, não conseguem, da mesma forma, estabelecer uma linha de ação pedagógica coletiva, que minimize os esforços individuais e maximize os resultados do todo. Na prática, a escola sob o ponto de vista dos professores, é um somatório de iniciativas individuais que, se muito bem intencionadas, carecem do espírito de equipe, do espírito de classe. Em muitos casos, também, falta ao grupo autonomia e iniciativa para determinar e gerir o processo pedagógico no âmbito da escola. Alguns não podem, outros não querem...
Entre os pais dos alunos, maiores interessados numa educação institucional de qualidade, são poucos os que realmente se preocupam com as questões escolares, em especial as questões pedagógicas. Sabem que a escola serve para “ensinar”, mas não sabem muito bem o que isso significa, como é desenvolvido na prática ou que resultados esperar (desse “ensinar”). Por conveniência ou desconhecimento, acreditam que os professores fazem o que é possível, o melhor, o necessário. E seus filhos? São considerados meros objetos desse “ensino” e não partes atuantes e interativas do mesmo.
Por fim, não raro os alunos entram e saem da escola sem se perguntar o que estão fazendo ali. Não se perguntam qual o papel das direções, dos professores, dos pais e de si próprios nesses processos de ensino que se desenvolvem no âmbito das escolas. Quando se perguntam, não buscam as respostas; quando buscam as respostas, se é que o fazem, deixam de discuti-las com seus pares e com os demais agentes da educação institucional.
Ora, se essas questões primárias e fundamentais são difíceis de equacionar, o que dizer então, de questões mais complexas como a avaliação, por exemplo? Como estabelecer correlações entre uma sociedade meritocrática e uma proposta escolar humanizadora? Como cobrar a efetiva participação dos pais no âmbito das decisões escolares, sejam administrativas sejam, principalmente, pedagógicas? Como significar e ressignificar conteúdos e tarefas escolares? Como cobrar que os alunos “avolumem” seus estudos e sua dedicação? Como exigir dos professores seus deveres, se seus direitos são relegados a um segundo plano? E por aí vai...
         Amigo leitor, a busca por uma escola pública de qualidade passa, de forma inafastável, pela forma como serão equacionadas estas questões.  Alguém tem alguma dúvida quanto a isso?
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E os índices?

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